A França recebeu, nesta quinta-feira (9), chanceleres árabes e europeus para conversas sobre como ajudar os palestinos após o fim do conflito em Gaza entre Israel e o Hamas, horas após os dois lados chegarem a um acordo de cessar-fogo.
Israel e o movimento islamista Hamas chegaram a um acordo nesta quinta-feira para um cessar-fogo e a libertação de reféns, seguindo o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de encerrar dois anos de guerra em Gaza.
Paralelamente, os chanceleres de França, Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Catar, Canadá, Indonésia, Turquia e a União Europeia já haviam planejado discutir o “dia seguinte” ao conflito em Paris.
No início da reunião, o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou que a “aceleração” da colonização na Cisjordânia é uma “ameaça existencial para um Estado Palestino” e “contradiz o plano americano”.
Os chanceleres reunidos em Paris deviam debater “a implementação do plano de paz” e nos “principais parâmetros do ‘dia seguinte'”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores francês em um comunicado, referindo-se à segurança, governança e reconstrução.
“O que vamos tentar aqui em Paris é colocar nossas vozes juntas (…) para que esse caminho que se inicia hoje seja irreversível e que finalmente possamos implementar a solução de dois Estados”, um israelense e um palestino, destacou o chanceler espanhol, José Manuel Albares.
No entanto, o chanceler francês demissionário, Jean-Noël Barrot, advertiu que “um cessar-fogo ainda não é uma paz duradoura”.
“É a primeira etapa de um longo caminho para uma solução política que garantirá a segurança de Israel e reconhecerá o direito legítimo dos palestinos a um Estado”.
Israel criticou duramente esta iniciativa, que considerou “supérflua e prejudicial”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, no X. Macron busca “desviar a atenção de seus problemas internos às custas de Israel”, acrescentou.
O grande ausente da reunião foi o secretário de Estado americano, Marco Rubio, cuja participação foi anunciada em um dado momento.
Durante o encontro os chanceleres debateram a ajuda humanitária, a reconstrução de Gaza e até mesmo o envio de uma missão internacional de segurança e estabilização, sob a égide das Nações Unidas, à qual os europeus seriam favoráveis.
Itália e Indonésia já expressaram sua disposição em enviar tropas no âmbito dessa eventual força. Os países árabes também manifestaram “seu interesse”, mas sem anúncios concretos, segundo diplomatas europeus.
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