Reunião da CPMI do INSS é cancelada após ‘Careca do INSS’ desistir de comparecer

Careca do INSS
Antonio Carlos Antunes, o 'Careca do INSS' Foto: Reprodução

A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) marcada para esta segunda-feira, 15, foi cancelada após Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS“, apontado como um dos principais operadores das fraudes, informar que não iria comparecer. A reunião pretendia ouvir um depoimento do investigado.

Para o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, o cancelamento é “lamentável”. “Perdemos a oportunidade de ouvir hoje um dos principais investigados no escândalo que desviou recursos dos aposentados”, declarou.

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A CPMI investiga os descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas da autarquia.

A investigação da Polícia Federal aponta o “Careca do INSS” como um dos principais operadores do esquema fraudulento de descontos associativos em aposentadorias.

Na sexta-feira, 12, Antunes e Maurício Camisotti, outro suspeito de ser sócio oculto de uma das associações envolvidas no esquema, foram presos em uma nova fase da Operação Sem Desconto.

Operação Sem Desconto foi  deflagrada pela Polícia Federal em abril com o objetivo de apurar descontos irregulares para aposentados e pensionistas do INSS. O suposto esquema de fraudes teria ocorrido entre os anos de 2019 e 2024, e estima-se um prejuízo de R$ 6,3 bilhões.

A investigação da Polícia Federal (PF) o “careca do INSS” movimentou mais de R$ 12 milhões em 129 dias, o que equivale a pouco mais de quatro meses.

Segundo a PF, ele é apontado como envolvido em suspeita de pagamento de propina a servidores para obter dados pessoais de pensionistas. Em seguida, vendia essas informações para associações. Essas associações cadastravam os servidores em serviços não solicitados e realizavam desvios de dinheiro.

Segundo a PF, o “careca do INSS” desempenhava o papel de facilitador do esquema, pois atuava como consultor para diversas entidades que formalizaram acordos de cooperação técnica com a autarquia. No relatório da corporação, Antunes aparece como sócio de 21 empresas. Dessas, 19 foram criadas no ano de 2022 e ao menos quatro estariam envolvidas no esquema fraudulento do INSS.