‘Retornar à China não é uma opção’, diz premiê de Taiwan

TAIPEI, 25 NOV (ANSA) – Taiwan rejeitou nesta terça-feira (25) as afirmações do presidente da China, Xi Jinping, detalhadas na conversa telefônica com seu homólogo americano, Donald Trump, a respeito do retorno da ilha a Pequim como “um elemento-chave da ordem internacional no pós-Segunda Guerra Mundial”.   

Segundo declaração do primeiro-ministro taiwanês, Cho Jung-tai, à imprensa local, “devemos enfatizar mais uma vez que a República da China (nome oficial de Taiwan) é um país totalmente soberano e independente”.   

“Para os 23 milhões de habitantes de nossa nação, ‘retorno’ não é uma opção, isso é claro”, acrescentou Cho.   

Nos últimos meses, Taipei tem denunciado as diversas tentativas “desajeitadas” de Pequim de reaver a ilha, justificando o legado da Segunda Guerra Mundial, quando Taiwan foi entregue ao governo da República da China após a rendição do Japão em 1945. No entanto, a República Popular da China, por outro lado, foi fundada em 1949, após a vitória das tropas de Mao Tsé-Tung sobre as forças da República da China, que conseguiram refugiar-se em Taiwan.   

Pequim, que considera a ilha uma parte “sacra” e “inalienável” de seu território, justifica suas reivindicações nas Declarações de Potsdam e Cairo – referentes à rendição japonesa em 1945, com o retorno de Taiwan à China-, embora muitos governos as considerem meras declarações de intenção, sem força legal.   

Por essa razão, os chineses intensificaram a pressão contra Taipei, oferecendo um modelo de “um país, dois sistemas”, o mesmo utilizado em Hong Kong e Macau, mas que não foi aceito pelo governo taiwanês. Ao mesmo tempo, Tóquio, ao apoiar a ilha, criou uma crise diplomática com Pequim, que tem se intensificado nos últimos dias. (ANSA).