O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 27, que as expectativas de retomada da economia têm se refletido no mercado de crédito e no mercado de capitais. Ele reforçou a necessidade de ações focadas no crédito imobiliário e no financiamento à infraestrutura.

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Campos Neto voltou a listar medidas no crédito de imóveis como aumentar o alcance das ferramentas de securitização; viabilizar a expansão do mercado de home equity, desmobilizando um amplo estoque de capital para dinamizar a atividade econômica; e também criar ferramentas adequadas de hipoteca reversa.

No financiamento à infraestrutura, ele citou a necessidade de reformar o marco legal, buscando reduzir seu risco jurídico; fomentar o desenvolvimento de um mercado privado de hedge cambial de longo prazo; e garantir acesso do capital privado a projetos de saneamento, para reduzirmos o déficit que temos no setor.

O presidente do BC voltou a dizer ainda que a instituição está empenhada na busca por soluções que levem a reduções adicionais do custo do crédito. Ele repetiu que a inadimplência é o fator que responde pela maior parcela do spread bancário, respondendo por 37% do total.

“O que buscamos é fomentar um ambiente competitivo, transparente, e que produza como resultado crédito mais barato, abundante e consumido de forma sustentável”, afirmou Campos Neto. “O Banco Central tem estudado em mais detalhes as linhas emergenciais, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. A educação financeira e a transparência do produto são peças chave para tratar desse problema.”, repetiu.

Campos Neto também voltou a citar avanços na competição no setor de cartões de crédito. “Continuamos avançando tanto no diagnóstico quanto na formulação de soluções para as ineficiências do mercado de crédito no Brasil, tarefa na qual conto com o apoio desta Comissão”, completou.

Metas de inflação

O presidente do Banco Central afirmou também que as metas de inflação têm tido bons resultados nos últimos anos no Brasil. Segundo ele, o País não trabalha em sua política econômica com o controle de agregados macroeconômicos, como tem ocorrido recentemente na Argentina.

“Aqui no Brasil, entendemos que as metas de inflação são superiores e têm tido bons resultados no últimos anos”, afirmou Campos Neto.

Durante audiência pública no Senado, Campos Neto também fez uma defesa da reforma tributária no Brasil.