ROMA, 15 AGO (ANSA) – Esta terça-feira (15) marca os dois anos da retomada do governo do Afeganistão pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã.
O domínio foi reconquistado após a retirada das tropas dos Estados Unidos do país.
“A conquista de Cabul demonstrou novamente que ninguém pode controlar a orgulhosa nação afegã e garantir sua permanência no país. Nenhum invasor poderá ameaçar a independência e a liberdade no Afeganistão”, disse o governo, em nota.
Em 2021, o Talibã progressivamente assumiu o controle das grandes cidades afegãs e anunciou a entrada “pacífica” na capital, enviando uma equipe à sede do governo para negociar a transição de governo.
O então presidente Ashraf Ghani fugiu do país para os Emirados Árabes Unidos.
Em nota, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que os talibãs “não mudaram”.
“As políticas impostas ao povo afegão levaram à contínua, sistemática e chocante supressão de diversos direitos humanos, incluindo os direitos à educação, ao trabalho e à liberdade de expressão, reunião e associação”, disse o organismo em nota.
O texto, assinado por 30 especialistas, faz um apelo à comunidade internacional pedindo esforços para apoiar o povo afegão em meio à crise humanitária.
A ONU estima que 16 milhões de crianças não recebem alimentação suficiente ou assistência sanitária, e que quase 30 milhões de cidadãos tenha necessidade de assistência.
“A recessão econômica favorece práticas danosas, discriminatórias, opressoras e violentas, como o casamento forçado e infantil, o abuso econômico e sexual, a venda de crianças e órgãos, o trabalho infantil forçado e o tráfico de pessoas”, elencou o comunicado. (ANSA).