BRUXELAS, 7 ABR (ANSA) – O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou nesta quinta-feira (7) que o resultado do conflito com a Rússia virá “do campo de batalha” e das sanções do Ocidente.   

Kiev vem pressionando os Estados Unidos e a Europa a embargar as importações de petróleo e gás russos e a retirar todos os bancos do país do sistema de compartilhamento de informações Swift, mas essas medidas ainda encontram resistência nas potências ocidentais.   

“Após Bucha, não entendo quem são essas pessoas… Não apenas estupraram mulheres e crianças, mas também assassinaram animais domésticos”, declarou Kuleba durante uma reunião ministerial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).   

“Precisamos falar com os russos para parar com essa guerra, mas o resultado das negociações será condicionado pelo que acontece no campo de batalha e pelas sanções”, acrescentou o ministro, que também cobra o fornecimento de armas e equipamentos militares para a Ucrânia.   

“Tenho três pedidos para o conselho atlântico [da Otan]: armas, armas e armas”, ressaltou Kuleba. As negociações estão travadas desde o fim de março, quando a Ucrânia formalizou o compromisso de não ingressar na Otan, mas desde que tenha caminho livre para entrar na União Europeia e receba garantias de segurança de potências mundiais.   

No entanto, os dois países ainda estão longe de um acordo sobre o destino do Donbass, onde ficam os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, e da Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.   

“A Ucrânia está voltando atrás em relação às suas propostas feitas durante as negociações em Istambul”, acusou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.   

As conversas também foram prejudicadas pela descoberta de indícios de crimes de guerra contra civis em cidades recém-libertadas nos arredores de Kiev, como Borodyanka, Bucha e Irpin, onde as autoridades ucranianas dizem ter encontrado corpos jogados nas ruas, cadáveres com sinais de tortura e valas comuns com dezenas de mortos.   

A Rússia, no entanto, diz que Kiev está manipulando as informações para prejudicar as negociações e promete apresentar provas de que as acusações foram forjadas. (ANSA).