A BB Seguridade, holding que concentra os negócios de seguros do Banco do Brasil, espera que a participação do resultado financeiro no seu lucro líquido de 2017 reduza dos atuais 30% para algo em torno dos 18%, de acordo com o novo presidente da companhia, José Maurício Coelho. “2017 é um ano de transição e esses números estão considerados no nosso guidance”, explicou ele, em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira, 13. Para este ano, a BB Seguridade divulgou meta mais conservadora. A companhia espera que seu lucro líquido ajustado cresça de 1% a 5% em relação a 2016. O diretor de Gestão Corporativa e de Relações com Investidores da BB Seguridade, Werner Süffert, lembrou que há impacto da queda dos juros por um lado, mas do outro o resultado operacional deve ser intensificado ao longo de 2017. “O resultado financeiro será mais que compensado pelo desempenho operacional que teremos”, afirmou Süffert. De acordo com Coelho, o resultado da companhia no exercício passado mostra que o setor de seguros consegue manter a capacidade de geração de resultados em diferentes cenários. No ano de 2016, o lucro líquido ajustado da BB Seguridade alcançou R$ 4,107 bilhões, montante 4,1% superior ao registrado em 2015, de R$ 3,945 bilhões. Com esse crescimento, o resultado ficou mais próximo do teto do guidance do exercício, de avanço de 4% a 8,0%. O presidente da BB Seguridade destacou a baixa penetração do mercado de seguros no Brasil e os benefícios que a reforma da previdência social podem trazer para o segmento privado, principalmente, para a Brasilprev, empresa da holding que atua no segmento. A BB Seguridade anunciou nesta segunda, antes da abertura do mercado, lucro líquido contábil ajustado, que desconsidera efeitos extraordinários, de R$ 1,075 bilhão no quarto trimestre de 2016, cifra 6,0% maior que a registrada um ano antes, de R$ 1,014 bilhão. No ano de 2016, o lucro líquido ajustado da BB Seguridade alcançou R$ 4,107 bilhões, montante 4,1% superior ao registrado em 2015, de R$ 3,945 bilhões. O volume de prêmios, contribuições de previdência e arrecadação com títulos de capitalização no ano passado chegou a R$ 68,9 bilhões, montante 14,5% superior ao registrado em 2015. Prêmios A BB Seguridade deve crescer em prêmios em um ritmo superior ao do mercado neste ano, de acordo Coelho. “Temos crescido mais que o mercado de seguros e assim deve ser também o ano de 2017”, destacou ele, sem especificar um número. O executivo lembrou que a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) estima crescimento de 9% a 11% para os prêmios de seguros neste ano em relação a 2016. No ano passado, a BB Seguridade totalizou R$ 68,9 bilhões em prêmios, contribuições de previdência e arrecadação com títulos de capitalização no ano passado, montante 14,5% superior ao registrado em 2015. Coelho disse que o resultado operacional, que já vem crescendo, deve ser melhor neste ano em meio ao crescimento dos prêmios e queda da sinistralidade em vários segmentos que foram impactados no ano passado como, por exemplo, de automóvel e o rural. “Operacional deve se intensificar em 2017 diante da queda dos juros que possibilita o mercado de seguros crescer mais, ainda que impacte o resultado financeiro”, explicou Süffert. A BB Seguridade espera ainda crescimento expressivo na previdência privada, repetindo um desempenho positivo já visto em 2016. Coelho destacou que o segmento já tem sido beneficiado apenas com a perspectiva de mudança na aposentadoria oficial. Reestruturação A BB Seguridade não foi impactada pela reestruturação da rede de agências físicas do Banco do Brasil e vê as mudanças com otimismo, de acordo com Coelho. “Dezembro foi o auge da reestruturação na rede física do Banco do Brasil e não tivemos impacto”, afirmou ele. De acordo com o executivo, ao contrário, a BB Seguridade vê com otimismo as mudanças anunciadas na rede física do Banco do Brasil em meio à ampliação do relacionamento digital da instituição com os seus clientes, principalmente, nos clientes “estilo”, de renda acima dos R$ 10 mil. A penetração dos produtos de seguros da BB Seguridade na base do BB está estável em torno dos 14%, conforme Süffert. Segundo ele, embora esteja estável, o fato de a base de clientes do banco ter crescido nos últimos anos mostra que o indicador também teve expansão. Sobre eventual ingresso no segmento de auto popular, de tíquete médio menor e que permite a utilização de peças usadas ou genérica no conserto de veículos, o executivo explicou que a análise depende do risco e também da queda dos juros, que impacta o resultado financeiro e vai exigir uma maior contribuição do operacional. “Estamos avaliando”, disse Coelho. O executivo afirmou ainda que, a despeito de players nacionais terem descontinuado ou vendido suas carteiras de seguros de grandes riscos, a BB Seguridade não prevê nenhum movimento nesta direção. IRB Brasil O IRB Brasil Re está “performando” muito bem e não há necessidade de a BB Seguridade, sócia do ressegurador, vender suas ações em eventual abertura de capital, conforme Coelho. “O resultado do IRB em 2016 veio bem melhor com a redução da sinistralidade. Quando os acionistas voltarem a conversar sobre o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), vamos conversar. Por ora, não há nada”, explicou ele. O executivo lembrou que os acionistas do IRB decidiram postergar a abertura de capital do ressegurador em fevereiro do ano passado em meio às condições do mercado. Em 2016, o lucro líquido ajustado do IRB foi de R$ 836,1 milhões, crescimento de 10,4% em relação ao reportado em 2015. O desempenho no comparativo é explicado pela melhora de 3,6 pontos porcentuais no índice combinado, que mede a eficiência operacional das empresas de seguros. Neste caso, quanto menor, melhor. O volume de prêmios emitidos pelo IRB Brasil Re foi de R$ 965 milhões de outubro a dezembro, montante 9,13% menor em um ano, de R$ 1,062 bilhão. Em relação aos três meses anteriores, de R$ 1,041 bilhão, foi identificada retração de 7,30%.