‘Resposta será dura’ afirma Cláudio Castro sobre ataque à delegacia no RJ

Governador criticou a atuação de entidades defensoras dos Direitos Humanos

Delegacia
Governador do Rio de Janeiro Claudio Castro Foto: Flickr/ Governo do Rio

O governador do Rio de Janeiro Claudio Castro usou a sua conta no X, ex-Twitter, para afirmar que o governo dará uma resposta dura ao ataque de criminosos contra a 60ª Delegacia de Polícia de Campos Elíseos, em Duque de Caxias. 

Castro aproveitou para criticar as entidades que defendem os direitos humanos, afirmando que a resposta será na mesma proporção mas “com efetividade, dentro da lei”. 

“E já vou avisando à turminha dos ‘direitos humanos’, não encham o meu saco, porque a resposta será dura e na mesma proporção, só que com efetividade e dentro da lei”, afirmou.

A delegacia foi alvo de uma ofensiva no sábado, 15, para tentar libertar o suposto chefe do tráfico de drogas da comunidade de Vai Quem Quer, Rodolfo Manhães Viana, vulgo Rato, e Wesley de Souza do Espírito Santo, braço direito dele.

Castro também afirmou que Joab da Conceição Silva, um dos suspeitos de orquestrar o ataque, foi beneficiado “pela saidinha dos ‘direitos humanos’”. “No dia 18 de outubro de 2019, ganhou de presente uma saidinha e nunca mais voltou. Mas anotem aí: ele vai voltar!!! De um jeito ou de outro!”, tuitou. 

O governador se refere à Lei das Saídas Temporárias, que existe desde 1984, quando foi aprovada pelo então presidente João Batista Figueiredo. Em 2024 ela sofreu mudanças, permitindo a saída somente para detentos em regime semi-aberto apenas se for para cursar supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior.

Saiba mais sobre o ataque

Rodolfo Manhães Viana e Wesley de Souza do Espírito Santo haviam sido presos por policiais civis da unidade horas antes, durante operação baseada em informação de inteligência. Eles estariam com um fuzil quando foram presos – o armamento foi apreendido pelos agentes. A defesa de Viana e Espírito Santo não foi localizada pela reportagem da Agência Estado.

Durante o ataque à delegacia, realizado no começo da noite, “dezenas de narcoterroristas entraram na delegacia na tentativa de resgatar os comparsas”, segundo a Polícia Civil.

Viana e Espírito Santo, no entanto, já não estavam mais por lá. Os dois haviam sido transferidos para a sede da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter), na Cidade da Polícia.

A Polícia Civil informou que houve intensa troca de tiros entre policiais e criminosos. Dois agentes ficaram feridos e foram levados ao Hospital Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias. Ambos os feridos já receberam alta médica.

A suspeita é de que o ataque tenha sido coordenado por Joab da Conceição Silva, apontado como uma das lideranças do crime organizado na região. A defesa dele também não foi localizada.

Na operação realizada neste domingo, a Polícia Civil do Rio procura os suspeitos de envolvimento no ataque em ao menos quatro comunidades de Duque de Caxias: Vai Quem Quer, Rua 7, Santa Lúcia e Rodrigues Alves. Ainda não há informações sobre possíveis presos.

A instituição afirmou ainda que está solicitando a transferência de Viana e Espírito Santo para uma unidade do sistema penitenciário federal, que abriga as principais lideranças do crime organizado.