O campo nazista de Auschwitz-Birkenau é “o pior lugar do mundo” e a responsabilidade dos alemães, que o criaram, “nunca terminará”, considerou nesta segunda-feira (20) neste local o ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas.

“Agora há pouco eu estava na câmara de gás de Auschwitz. Vi milhares de sapatos de crianças, que lhes foram retirados a caminho das câmaras de gás, toneladas de cabelo que retiraram das pessoas antes de que fossem enviadas às câmaras de gás. É difícil de expressar, é o pior lugar do mundo. E aqui, você deve dizer: ou perde a fé na humanidade ou ganha esperança e forças para defender a dignidade humana e fazer algo por ela”, declarou o ministro ao final de uma visita ao antigo campo.

“Em qualquer caso, é um lugar de memória que, em primeiro lugar, nos lembra, a nós e aos alemães, o que fizemos a milhões de pessoas. Necessitamos este lugar pois nossa responsabilidade não terminará nunca”, acrescentou o ministro, que disse em várias ocasiões que Auschwitz foi o motivo pelo qual decidiu entrar na política.

O ministro cruzou o famoso portal decorado com o lema “Arbeit macht frei” (“O trabalho os tornará livres”), na entrada do campo.

Também tinha previsto visitar o local do campo de extermínio vizinho de Birkenau, antes de se reunir com seu homólogo polonês, Jacek Czaputowicz, no povoado vizinho de Harmeze.

Cerca de 1,1 milhão de pessoas foram exterminadas no campo de Auschwitz-Birkenau – um milhão delas judias -, até que este foi libertado em 27 de janeiro de 1945.

Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal polonês Gazeta Wyborcza, Maas recordou, ao ser perguntado sobre as tensões entre os conservadores que detêm o poder em Varsóvia e a União Europeia (UE), que “os valores europeus, como a liberdade, o Estado de Direito e o respeito aos direitos humanos são um elemento central da UE e não são negociáveis”.