A ausência de chuvas fortes, o calor e o aumento do consumo fazem com que Brasília enfrente a pior crise hídrica da história. O principal reservatório de abastecimento da região, a Barragem do Rio Descoberto, atingiu na quinta-feira 37,2% da capacidade, o menor porcentual até hoje registrado. O ideal é que o nível da água seja superior a 60%. No reservatório de Santa Maria, a situação também é preocupante. O nível está em 48,7% de sua capacidade.

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal declarou na semana passada estado de alerta e, na quarta-feira, racionamento no DF. O governo distrital mandou os órgãos públicos reduzirem 10% o consumo.

Desde a primeira quinzena de setembro, a interrupção do fornecimento de água é feita em forma de rodízio pelas regiões do DF que, juntas, abrigam 2,8 milhões de pessoas. Cinco cidades (São Sebastião, Planaltina, Vale do Amanhecer, Jardim Botânico e Sobradinho) e a Asa Norte, no Plano Piloto, foram afetadas. Nos últimos três dias, Brasília registrou chuvas esparsas.

O volume de águas dos dois reservatórios é suficiente para abastecer a região por 65 dias. Uma das medidas estudadas para redução do consumo é cobrar tarifa extra.

Além da redução do nível das barragens, a vazão de rios caiu de forma drástica. “Brasília vive um período de seca nesta época do ano. Mas em 2016 a seca começou mais cedo”, diz o diretor da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Marcelo Teixeira.

O ciclo de chuvas na região da Barragem do Rio Descoberto, que abastece 65% do DF, é o quarto menor desde 1979. Por enquanto, Teixeira diz que a Caesb está fazendo “manobras operacionais” com “interrupção temporária de fornecimento”. “Caso não seja suficiente, será preciso fazer o racionamento.”

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