As reservas comerciais de petróleo dos Estados Unidos caíram 17 milhões de barris na semana passada, um recorde bem acima das expectativas do mercado, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (2) pela Agência de Informação Energética dos EUA (EIA, na sigla em inglês).

Na semana encerrada em 28 de julho, os estoques de petróleo bruto ficaram em 439,8 milhões de barris, 17 milhões de barris a menos que na semana anterior, quando os analistas esperavam uma redução de 1,05 milhão de barris, segundo o consenso estabelecido pela agência Bloomberg.

As corretoras já antecipavam uma forte redução nos estoques de petróleo americano, após a publicação, na terça-feira, de dados do American Petroleum Institute (API), que estimavam uma queda de 15,4 milhões de barris (mb).

Quando o relatório da EIA foi divulgado, os preços do petróleo, que poderiam ter subido em um relatório otimista, caíram.

“O mercado já esperava esse aumento no uso de reservas após os números do API, portanto, houve lucros”, resumiu Matt Smith, da Kpler.

O analista destacou que o preço do barril aumentou fortemente em relação ao mês anterior e agora encontra um nível de resistência.

Às 12h45 (horário de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em outubro caía 2,14%, a 83,09 dólares (399,47 reais, na cotação atual), em Londres. Enquanto o West Texas Intermediate (WTI) de setembro cedeu 2,53%, a 79,31 dólares (381,29 reais).

De acordo com Smith, “exportações robustas e atividade de refino sustentada combinaram-se para produzir a maior queda já registrada nos dados semanais de reservas de petróleo dos Estados Unidos”.

O analista estima que não se deve esperar “quedas dessa magnitude no futuro”.

Andy Lipow, da Lipow Oil Associates, ficou surpreso com o número recorde.

“Parte da explicação para esta enorme queda das reservas, que vêm essencialmente da região do Golfo do México, reside no aumento da atividade de refino naquela região e no aumento das exportações”, afirmou.

“Mas isso não é suficiente para explicar esse número enorme”, acrescentou, questionando se não deve ser esperada uma “grande” correção nos dados na próxima semana.

As reservas estratégicas de petróleo, que o governo usou sistematicamente para conter o preço do petróleo, mas que deixou de usar há algumas semanas, mantiveram-se estáveis em 346,8 mb.

Os estoques de gasolina caíram 1,5 mb na semana, de acordo com o esperado pelos analistas.

A produção de petróleo também se manteve estável em 12,2 mb por dia (mbd). Já o índice de atividade da refinaria foi de 92,7%.

As importações de petróleo aumentaram (+301.000 barris por dia), enquanto as exportações cresceram mais (+692.000 bd).

A demanda por derivados caiu para 20,02 mbd, ante 21,2 mbd na semana anterior.

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