A coluna de hoje é sobre fatos e seus dois protagonistas. De um lado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) representando a qualidade do sistema de voto eletrônico brasileiro; do outro o medo de perder, representado pelo ainda presidente Bolsonaro.

A maior campanha política da história das democracias modernas está em andamento aqui no Brasil. No meio da maior bagunça política de sempre Governistas e Oposicionistas — já nem tem direita nem esquerda — vão se arrumando na pista procurando o melhor lugar de largada. Esquece 2021, 2022 já é hoje.

As manifestações #EuAutorizoPresidente, a operação policial do Jacarezinho, a CPI da Covid, o fim da Lava Jato, a anulação do julgamento de Lula e muitas outras consecutivas (e cansativas) controvérsias (“como atrapalham o combate à pandemia”) são a grana na cueca em um país dividido que sempre prefere o confronto ao diálogo e se alimenta compulsivamente de si próprio como um autofágico urubu pelado se comendo sozinho, conspirando contra si próprio num canto quieto.

O posicionamento de Bolsonaro expressando que o Brasil é a “única republiqueta do mundo” que aceita o resultado de eleições realizadas com a “porcaria do voto eletrônico” — uma mentira — é apenas mais um destes fenómenos, mais ou menos exotéricos que apenas tem como efeito condenar o Brasil a continuar servindo de comodo pária ao seu maior competidor internacional que são os Estados Unidos.

Reclamar, “Vai ter voto impresso em 2022, nem vou falar mais nada, porque se não tiver voto impresso é sinal que não vai ter eleição” é mais uma teimosia estéril destinada a criar mais suspeição e mais uma divisão entre os brasileiros.

Nas Eleições Gerais de 2022, a urna eletrônica brasileira completará 26 anos. Esta tecnologia respeitada internacionalmente foi desenvolvida pelo TSE para garantir ainda mais segurança e transparência ao processo eleitoral – eliminando a intervenção humana dos procedimentos de apuração e totalização dos resultados – ao longo destas quase três décadas, a máquina informatizada de votar continua sendo símbolo de credibilidade e de democracia.

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O voto eletrônico é utilizado para escolher governos e presidentes, de forma incontestada, desde 1991, nas republiquetas na Austrália, Bélgica, Estónia, Índia, Filipinas, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Venezuela.

Numa época em que inteligência artificial entrou no vocabulário corrente, em que o próprio dinheiro virou digital, reclamar contra a digitalização de alguma coisa é no mínimo anacrônico.

Depois, com a exceção da Venezuela não vejo como o Brasil rejeite se comparar a qualquer outra das mencionadas republiquetas. Não há saco!


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