Os republicanos voltam a atacar, nesta quarta-feira (10), o filho do presidente dos Estados Unidos, Hunter Biden, e o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, a quem culpam pela crise migratória na fronteira com o México.

Estas manobras pretendem colocar obstáculos ao governo Biden face às eleições presidenciais de novembro, justamente quando o provável futuro candidato dos republicanos, Donald Trump, está imerso em processos judiciais, explicam analistas políticos.

Mayorkas é o alvo favorito dos republicanos. O seu objetivo é destituí-lo, mas para isso a Câmara de Representantes, onde têm uma pequena maioria, deve primeiro debater em uma ou mais sessões uma investigação que realizaram e depois votar.

Uma votação plenária na Câmara para o impeachment de Mayorkas está marcada para o final de janeiro e parece ter boas chances de sucesso, já que os republicanos apoiam a iniciativa e os democratas em distritos vulneráveis relutam em intervir.

Mas isso não basta, eles precisam do voto do Senado, onde os democratas têm maioria.

Estes últimos, além de se oporem, censuram os conservadores por terem paralisado o seu pedido de mais 14 bilhões de dólares (68,5 bilhões de reais na cotação atual) para financiar a segurança das fronteiras.

Embora fadados ao fracasso mais do que provável, eles continuam com o processo.

Nesta quarta-feira, o Comitê de Segurança Interna da Câmara realizará uma sessão sobre o impacto da migração nos estados do Centro-Oeste.

Terá testemunhas como os procuradores-gerais de Montana e Oklahoma, dois dos 23 estados que apoiam os processos contra a política migratória do governo Biden, e também o professor de direito Frank Bowman, que se opôs à destituição por considerá-la “um absurdo”.

Quase 10 mil migrantes, muitos deles latino-americanos, cruzam ilegalmente a fronteira dos EUA vindos do México todos os dias, um “desastre humanitário”, segundo os conservadores.

Também na mira dos republicanos estão Joe Biden e seu filho Hunter.

O pai é acusado, sem provas, de ter se beneficiado dos negócios do filho quando era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017). O filho, de 53 anos, recusou-se a participar de uma audiência a portas fechadas no Capitólio sobre estes negócios e pede uma audiência pública.

Os conservadores consideram-no um desacato e apresentaram uma resolução para processá-lo, que será submetida à votação no plenário da Câmara esta semana, se assim for decidido pelas duas comissões parlamentares que se reúnem nesta quarta-feira.

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