As autoridades dominicanas estão em “alerta” diante da crise política no vizinho Haiti, onde fortes protestos exigem a saída do primeiro-ministro Ariel Henry, informou um encarregada militar nesta quarta-feira (7).

O ministro da Presidência, Joel Santos, disse a jornalistas que “a vigilância está sendo reforçada” na região fronteiriça. “Está tudo sob controle. Estamos tomando as medidas de rigor há tempos, tanto medidas de longo quanto de curto prazo”.

“A vigilância na fronteira tem sido reforçada e estamos nesse processo, estamos preparados, sempre confiantes em que a situação não se agrave”, insistiu.

Mais cedo, veículos de comunicação dominicanos divulgaram imagens de blindados percorrendo a fronteira comum.

“A fronteira está segura e parte disso é ativar um pouco mais os serviços de segurança como prevenção de qualquer situação que possa surgir”, explicou à AFP o coronel Juan Adames, coordenador de inteligência fronteiriça da unidade militar responsável pela segurança da fronteira (Cesfront).

“Estamos em alerta, mas não há situações” de risco para a segurança dominicana, assinalou.

O trânsito pelas passagens fronteiriças se mantém aberto, mas a migração a partir do Haiti está fechada desde setembro passado.

O Haiti, o país mais pobre do continente americano, está afundado em uma crise há anos, com grupos armados cada vez mais poderosos que provocam uma violência brutal e deixam a economia e o sistema de saúde público em frangalhos.

Nos últimos dias, houve fortes protestos exigindo a saída do primeiro-ministro Henry, que assumiu o comando após o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021.

Na terça-feira, a polícia dispersou com gás lacrimogênio os manifestantes em Porto Príncipe. Espera-se que as mobilizações continuem nesta quarta.

O presidente dominicano, Luis Abinader, disse na segunda que seu governo está “acompanhando a situação no Haiti”.

“Estamos preparados para qualquer situação de instabilidade, que não é nova no Haiti”, declarou em entrevista coletiva. “A situação de instabilidade tem sido constante nos últimos dois anos e meio. Nós estamos preparados para qualquer eventualidade e nos reunimos semanalmente para revisar essa parte.”

Além das restrições à migração haitiana, Abinader endureceu a política do país com mais operações das forças de segurança e a construção de um muro na fronteira comum.

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