Os dois postos fronteiriços entre Goma e Ruanda permaneciam abertos nesta quinta-feira (18) e as medidas de prevenção contra o ebola eram as mesmas, apesar de a OMS ter declarado a epidemia na República Democrática do Congo uma emergência sanitária de interesse internacional.

Na cidade de Goma, no nordeste da República Democrática do Congo, um correspondente da AFP observou que os postos tinham uma afluência habitual de pessoas e os agentes sanitários continuavam higienizando as mãos com água clorada e medindo a temperatura, assim como no início da epidemia.

Em Butembo, 250 km ao norte de Goma, as autoridades estão principalmente preocupadas com encontrar os “contatos” de doentes para vaciná-los e evitar a propagação do vírus, constatou um correspondente da AFP.

O ebola matou 1.698 pessoas – entre elas 41 agentes de saúde – em zonas remotas do Kivu do Norte, cuja capital é Goma, desde que se declarou a epidemia no país, em 1º de agosto de 2018, segundo o Ministério da Saúde.

Há “374 casos suspeitos em investigação” e “10 novos casos confirmados”, detalhou o ministério em um informe publicado na terça-feira e divulgado nesta quinta.

Um total de 717 pessoas curadas e a vacinação de 164.757 permitiu evitar milhares de mortos, segundo o ministro da Saúde, o médico Oly Ilunga, que era aguardado nesta quinta-feira em Goma.

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A descoberta de um primeiro caso em Goma levou na quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS) a ativar o procedimento de emergência sanitária mundial pela quinta vez desde 2009.

Goma, com aproximadamente um milhão de habitantes, é a maior cidade afetada pelo ebola, fronteiriça com Ruanda e com um porto de onde partem embarcações para o Kivu do Sul.

– Chamado a redobrar esforços –

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu à comunidade internacional para “redobrar esforços”.

“Precisamos trabalhar junto com a RDC para pôr um fim a esta epidemia e construir um sistema de saúde melhor”, acrescentou.

Os Estados Unidos ofereceram 98 milhões de dólares, segundo sua embaixada em Kinshasa. A França foi assinalada por sua falta de compromisso financeiro contra o ebola na RDC, o maior país francófono do mundo, com 80 milhões de habitantes. Paris reagiu, nomeando um “enviado especial”.

O ministro Ilunga é muito crítico às razões de algumas ONGs para arrecadar fundos para esta crise.

“Esperamos que haja uma transparência maior dos atores humanitários no uso dos recursos para responder a este surto de ebola”, escreveu em um comunicado.

O ministro também disse que as equipes de saúde continuam buscando e vacinando as pessoas que tiveram contato com o paciente de Goma, que morreu na segunda-feira quando viajava para Butembo, um dos povoados mais afetados pelo ebola.

“O governo vai considerar quais medidas devem ser tomadas para evitar que estes grupos de alto risco continuem propagando a epidemia na região”, manifestou.


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