O governo Lula 3 tem sido marcado por garantir cargos de destaque nos ministérios a petistas que lhe prestaram solidariedade nos 580 dias em que ele permaneceu preso numa cela especial na PF em Curitiba.Todos os petistas que foram visitá-lo na cadeia receberam algum cargo. A começar por Haddad, que obteve o posto mais importante da República. O ex-prefeito de SP era assíduo na capital paranaense e inclusive tratava de todos os detalhes de sua campanha a presidente de 2018 diretamente com o mandatário encarcerado. Mas quem mais levou vantagem por essa força foi a socióloga Janja, que batia ponto todo dia na PF para gritar “bom dia presidente Lula. Boa noite presidente Lula”. E ele sabia que era ela quem lhe saudava e reunia energias para permanecer detido.

Namoro

Começou, assim, o namoro de Janja com Lula. Quando ele foi posto em liberdade, logo anunciou o noivado e depois se casou. Como primeira-dama, a socióloga ocupa todos os espaços possíveis do governo. Até nomeou ministros. Muitos deles passaram por Curitiba para visitar Lula na PF, como foi o caso de Mauro Vieira, Luiz Marinho, Rui Costa, etc.

STF

O mais solidário a Lula foi Cristiano Zanin. Ele coordenou uma bancada de 18 advogados que defendeu o petista na Justiça e foi um dos grandes responsáveis por anular os processos contra ele e colocá-lo em liberdade. Mais do que isso. Permitiu que o ex-presidente pudesse disputar as eleições de 2022. Por isso, é barbada sua ida para o STF.

A reabilitação de Dirceu

Dentre os que foram solidários a Lula na cadeia, mas não levaram ministério, está o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu. O problema é que ele ainda tem pena a cumprir e pegaria mal. Mas o presidente não deixou passar uma homenagem ao seu amigo. Na festa de 43 anos do PT, o mandatário disse que ele era “um militante político da maior qualidade”. O STJ reduziu a pena do ex-ministro de 8 para 4 anos de prisão.

Retrato falado

“Pobre não sabe o que é direita ou esquerda na política” (Crédito: Suamy Beydoun)

O governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu o pragmatismo durante um evento online de um banco de investimentos de São Paulo. Ele disse que há uma população carente que precisa dos governantes para atender suas reivindicações, já que vivem em situação de grande vulnerabilidade. Para ele, “essas pessoas não sabem o que é direita ou esquerda. O que elas precisam é de soluções para seus problemas”, disse o governador, que defende a Reforma Tributária.

Morde e assopra

Desde que assumiu, Lula bate diariamente nos juros altos e, sobretudo, no presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ele percebeu que a economia crescerá pouco este ano – talvez menos do que 1% – e já está arrumando um bode expiatório para eventual fracasso. Diz que o chefe do BC é bolsonarista, que quer levar o País à recessão e faz críticas pesadas à independência do banco, dizendo que a autonomia é uma bobagem. Haddad, que tem uma fidelidade canina ao presidente, procura colocar panos quentes. Enquanto Lula morde, ele assopra. No primeiro governo, quem fazia esse papel de morder era o vice Alencar, uma vez que o presidente do BC, Meirelles, era seu preposto.

Cansou

A verdade é que esse jogo de bate e passa pano já cansou o mercado. Até os ministros mais próximos de Lula pediram para ele sossegar, insinuando que o presidente está muito “ansioso”. Para variar, Haddad tem dito aos banqueiros que o “Lulinha paz e amor” voltará quando ele divulgar a âncora fiscal.

Doria em Londres

Após deixar o governo de São Paulo, João Doria está incansável. Realizou vários seminários internacionais pelo Lide para discutir o Brasil lá fora. Agora, vai reunir 200 empresários brasileiros e europeus em Londres, nos dias 20 e 21 de abril. Estarão presentes peso-pesados, como Roberto Campos Neto, Rodrigo Pacheco e a ministra Simone Tebet.

Tarcísio presente

O Lide Brazil Conference London tem por objetivo debater o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Econômico, com a presença de agentes do mercado financeiro e do agronegócio. Mas, desta vez, reunirá também os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o do Rio de Janeiro, Claudio Castro, o que mostra a amplitude e diversidade da conferência.

Prisão em segunda instância

Cassiano Rosário/Futura Press

Sergio Moro acaba de conseguir as 27 assinaturas necessárias no Senado para desarquivar o projeto de lei que trata da instituição da prisão após condenação em segunda instância. Em 2019, o assunto foi arquivado depois que o STF derrubou a questão a pedido dos advogados de Lula, o que possibilitou que ele deixasse a cadeia. O resto todo mundo sabe o que aconteceu.

Toma lá dá cá

Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador do grupo de trabalho da Reforma Tributária (Crédito:Divulgação)

Como unificar a Reforma Tributária na Câmara tão dividida?
Com diálogo. Essa é uma reforma que interessa ao Estado brasileiro, que cria um sistema favorável a novos empreendimentos, mais distributivo e menos regressivo

Quais serão os principais pontos apresentados no parecer sobre a reforma?
Vamos primeiro começar com a apresentação no grupo de trabalho de uma metodologia de ação e depois de ouvir vários setores, nós vamos tomar as decisões.

O senhor acredita que até maio será possível apresentar um parecer sobre a proposta?
Precisamos votar essa reforma no primeiro semestre. Serão duas etapas: a primeira, a reforma dos impostos indiretos,
e a segunda, os diretos. Vamos modernizar o sistema.

Rápidas

* Bolsonaro acaba de ser avô mais uma vez. Nasceu, nos EUA, o filho de Carluxo com Martha Seillier, que vem a ser diretora-executiva do Banco Interamericano de Desenvolvimento, nomeada para o cargo quando o ex-presidente soube que a moça estava grávida do 02.

* Agora que o União Brasil está criando uma federação com o PP de Lira e Ciro Nogueira, tornando-se maior do que o PL de Valdemar, a cobrança por mais ministérios virá a jato. Luciano Bivar está esfregando as mãos.

* Lula nomeou André Ceciliano, ex-presidente da Assembleia do Rio, que foi alvo de inquérito de rachadinhas. Assumiu o cargo de secretário especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.

* A briga é grande no MDB por cargos no Ministério das Cidades, onde está Jader Barbalho Filho. Os senadores do partido querem nomear o novo secretário nacional de Habitação e a disputa está entre Jucá e Bulhões.