Ao entregar formalmente o processo de impeachment ao Senado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu celeridade para o rito. De acordo com ele, o País viverá agora um momento de “meio governo”, que não possui apoio político na Câmara.

“A representação do governo, é claro, deixou de existir. Porque deixou de existir para a Câmara este governo. Por isso que a celeridade do Senado é tão importante”, afirmou. Na opinião do presidente da Câmara, nenhuma matéria relevante terá condições de ser votada na Câmara enquanto o processo de impeachment estiver paralisado no Senado.

Buscando um tom moderado, ao se colocar ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Cunha afirmou que não caberia a ele criticar ou elogiar a condução do processo de impeachment no Senado, mas defendeu a importância de uma deliberação rápida.

“A demora é muito prejudicial para o País, porque você está com um governo que ficou meio governo. Ou ele vira de novo governo, ou deixará de ser governo. Essa decisão o Senado vai proferir. Agora a demora não é boa para o País e nem para o próprio governo”, afirmou.

Quanto ao funcionamento da Câmara, Cunha relembrou que, nesta semana, a Casa não terá sessões de votação. Na próxima semana, entretanto, três medidas provisórias vão trancar a pauta. Como são matérias enviadas pelo governo, Cunha duvida que sejam apreciadas, mas garantiu que cumprirá seu papel de abrir a votação. “É muito difícil você votar qualquer matéria do próprio governo. É claro que, da minha parte, a pauta está lá e eu abrirei como sempre.”

O presidente da Câmara chegou ao Senado pela porta dos fundos e não cruzou o Salão Azul antes de falar reservadamente com Renan Calheiros (PMDB-AL) na sala de audiências. Ele chegou acompanhado de deputados pró-impeachment pouco depois de funcionários trazerem em um carrinho os 34 volumes, com mais de 12 mil páginas, do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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