A representação diplomática da oposição venezuelana em Washington anunciou nesta sexta-feira o encerramento de suas funções, dias depois que a Assembleia Nacional de 2015 dissolveu o “governo interino” de Juan Guaidó.
“A embaixada venezuelana nos Estados Unidos e todos os seus funcionários encerraram oficialmente suas funções nesta quinta-feira”, informa um comunicado da representação opositora.
Os Estados Unidos não reconhecem Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, por considerarem que a sua reeleição, em 2018, foi uma fraude, e apoiaram o líder opositor Juan Guaidó, que se proclamou “presidente encarregado” em 2019 e foi reconhecido por dezenas de governos. Com o tempo, no entanto, seu apoio internacional foi minguando.
Na semana passada, a própria oposição venezuelana decidiu pôr fim ao governo interino liderado por Guaidó. A “embaixada” opositora afirmou que o encerramento de suas funções foi decidido pela maioria dos deputados da Assembleia Nacional eleita em 2015, que aprovou uma Reforma de Lei de Estatuto que rege a transição e, de forma inconstitucional, eliminou a presidência encarregada liderada pelo presidente Juan Guaidó, o governo interino e o serviço exterior”.
Em comunicado, a “embaixada”, chefiada por Carlos Vecchio, afirmou ter atingido vários objetivos: dar visibilidade à causa venezuelana nos Estados Unidos, aumentar a pressão internacional para obter o fim do que descreveu como ditadura na Venezuela, contribuir para “a recuperação e proteção de ativos venezuelanos”, articular a diáspora e proteger os venezuelanos no país.
Essa guinada da oposição em Caracas não alterou a posição de Washington, que segue não reconhecendo Maduro, apesar de ter negociado recentemente com seu governo uma troca de prisioneiros, em meio à crise do petróleo desencadeada pelas sanções impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia.