Repórter russa é considerada culpada por protestar contra guerra

ROMA, 28 JUL (ANSA) – Um tribunal de Moscou considerou nesta quinta-feira (28) a jornalista Marina Ovsyannikova culpada de ter “desacreditado as forças armadas” do país durante um protesto contra a guerra na Ucrânia.   

“As evidências confirmam a culpa de Ovsyannikova”, disse o juiz em uma rápida manifestação. Por conta disso, já foi aplicada uma multa de 50 mil rublos (cerca de R$ 4,1 mil), mas a editora poderá pegar até 15 anos de prisão.   

A jornalista ficou mundialmente famosa ao interromper um dos principais telejornais noturnos do país para dizer que o governo russo estava mentindo ao público sobre a guerra na Ucrânia. Além disso, ela fez uma série de postagens nas redes sociais criticando o conflito e chegou a repetir as críticas durante um processo contra o deputado da oposição Ilya Yashin.   

Após o veredito, Ovsyannikova voltou a falar sobre os ataques russos e disse que “o que está acontecendo aqui é um absurdo”.   

“A guerra é horror, sangue e vergonha. O início dessa guerra é o maior crime já cometido por nosso governo”, disse aos jornalistas.   

A jornalista estava morando na Alemanha, após ser contratada por um jornal local, mas precisou voltar para Moscou porque também está no meio de uma briga judicial com seu ex-marido pela guarda dos filhos.   

Na Rússia, desde os primeiros ataques em 24 de fevereiro, é proibido espalhar “fake news” sobre o conflito. Basicamente, são consideradas notícias falsas todas as narrativas ou notícias que não estiverem em linha com o que o governo russo diz ser a verdade.   

Por conta disso, jornalistas correm o risco de pegar 15 anos de prisão se publicarem notícias sem seguir o Kremlin e muitos portais e jornais independentes encerraram os trabalhos por conta disso. (ANSA).