A repórter Verônica Dalcanal, correspondente da Agência Brasil, sofreu assédio sexual enquanto se preparava para entrar ao vivo para a cobertura dos jogos olímpicos de Paris no sábado, 3. Quando a transmissão finalmente começou, ela narrou os fatos.

“Eu estava dando as informações durante a transmissão da série B, e um grupo de torcedores invadiu o vivo”, disse. “A gente sabe que é normal a torcida interagir com repórteres, especialmente ao vivo”, continuou. “Mas eles foram desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites.”

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Segundo informações da Agência Brasil, três homens aparentemente estrangeiros aproximaram-se e começaram a cantar. Um deles chegou mais perto da jornalista e beijou seu rosto sem consentimento, ato que foi prontamente repelido por ela. Logo depois, outro dos homens também a beijou, o que novamente foi rechaçado pela repórter.

“Acho revoltante que jornalistas mulheres ainda passem por esse tipo de situação trabalhando. Pessoalmente, fico também triste porque essa cobertura vai ficar marcada também por esse episódio”, disse Dalcanal.

Repúdio de autoridades

Diversas autoridades manifestaram-se em apoio a Verônica Dalcanal. ” É inaceitável que acreditem ter propriedade sobre nossos corpos, e que jornalistas e outras mulheres em espaços de poder passem por situações como essa. Precisamos ser respeitadas em todos os espaços”, disse a ministra da Mulher, Cida Gonçalves.

“Verônica, minha solidariedade. Força para seguir em frente. Que o feminismo persista e triunfe”, disse o presidente da EBC, Jean Lima.

Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, também se solidarizou e disse ser “inaceitável que jornalistas mulheres continuem sendo vítimas dessa violência”.