Neste domingo passado, o Fantástico exibiu reportagem mostrando o submundo do crime que opera no Congresso Nacional. Cerca de 100 deputados federais, dentre eles José Guimarães, do PT, cujo assessor foi flagrado em um aeroporto com dinheiro na cueca, e o troglodita do PSL, o bolsonarista Daniel Siveira, que cumpre prisão domiciliar, gastaram, juntos, quase 30 milhões de reais em combustíveis durante um ano.

Na verdade, não se sabe se gastaram. Simplesmente apresentaram notas fiscais, cheias de irregularidades e claros indícios de falcatrua, como mais de 200 abastecimentos em um só dia, ou mesmo enchendo tanque de carro popular com litros de combustível suficientes para abastecer a piscina do Palácio da Alvorada, residência oficial do verdugo do Planalto, Jair Bolsonaro, cujo filho acaba de comprar, com juros subsidiados por um banco público, uma mansão de 6 milhões de rachadinhas, digo de reais.

Você deve estar se perguntando: o que a compra da mansão de Flávio Bolsonaro tem a ver com o tema da coluna? Nada. Foi só para lembrar mesmo, e para irritar os bolsominions, hehe. Mas já voltando ao assunto, esse tipo de “rolo” não é novo. E não é só com postos de gasolina, não. Restaurantes, hotéis, agências de turismo, locadoras de veículos… onde for possível nos dar uma mordida, além da oficial, certos vagabundos engravatados de Brasília darão, com ou sem pandemia, o que, neste caso, é ainda pior e mais nojento.

Num país em que o presidente da Câmara é um condenado e réu no Supremo, apoiado pelo presidente da República que empregava funcionários fantasmas quando deputado federal, e que tem como amigo um miliciano que depositava cheques na conta da primeira-dama, não chega a ser nenhuma surpresa tal notícia. Nosso consolo é que os dias de safadeza dessa turma estão contados. Em 2022 teremos no lugar do devoto da cloroquina, um ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro na Presidência. “Mas, Ricardo, existe ex-corrupto?”. Claro que existe. Pergunte ao STF.