As autoridades da República Democrática do Congo vão introduzir em meados de outubro uma segunda vacina contra o ebola, que matou mais de 2.000 pessoas neste país africano.

O anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira (23), coincide com as críticas da Médicos sem Fronteiras (MSF). De acordo com a ONG, esta agência do Sistema ONU estaria “racionando” a primeira vacina disponível contra a doença no país africano.

“As autoridades de saúde da RDC anunciaram sua intenção de introduzir uma segunda vacina experimental contra o ebola, fabricada pela Johnson & Johnson a partir de meados de outubro”, indicou a OMS em um comunicado.

A agência especializada da ONU afirmou que a vacina será aplicada em populações de risco em regiões onde não há transmissão ativa do vírus.

“Ao decidirem implantar a segunda vacina experimental, as autoridades da RDC demonstraram mais uma vez sua liderança e determinação para pôr fim a esta epidemia o quanto antes”, destacou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado no comunicado.

Declarada em 1º de agosto de 2018, a décima epidemia desta doença no país deixou até agora 2.100 mortos.

Em julho passado, a OMS elevou a ameaça do ebola para o status de “emergência de saúde pública de alcance internacional”.

Até então, a RDC havia usado apenas a vacina experimental fabricada pela Merck, considerada “muito eficaz e segura” pela OMS.

Em 22 de julho passado, o ex-ministro congolês da Saúde Oly Ilunga renunciou ao cargo, denunciando tentativas de introduzir uma segunda vacina “por atores que demonstraram uma clara falta de ética”.

O ex-ministro foi depois acusado de “malversação” de fundos destinados à luta contra o ebola e posto sob prisão domiciliar em Kinshasa.

Durante a epidemia atual, mais de 223.000 pessoas receberam essa vacina. A medicação continuará a ser aplicada em todas as pessoas com risco elevado de infecção de ebola, incluindo as que estiveram em contato com uma pessoa que tenha sido confirmada como infectada.