O diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, Alberto Martins, se mostrou nesta quarta-feira preocupado com a organização das provas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru. Por causa do número de inscritos e das novas classificações, diariamente tem ocorrido alterações na programação. O dirigente afirmou que por isso esperará o início das competições para fazer nova projeção do número de medalhas.

“Todos os dias chegam atualizações de provas, cronogramas… Ainda não refizemos a projeção. Vamos aguardar o início para a gente poder fazer essa projeção”, afirmou. “A junção de classes, decorrente do número de atletas, faz com que sejamos os maiores prejudicados, porque somos o País que traz delegação para competir como todo”, prosseguiu.

Um dos que devem ser sentir a mudança é o judoca Antônio Tenório da Silva, um dos atletas mais vitoriosos da delegação. O judô em Lima juntou a categoria do brasileiro, acima de 100kg, com a de até 100kg. “A gente sente muito porque ele é um ícone do esporte, atleta de renome internacional. Não é qualquer um. Mas ele é também um atleta que se pode esperar qualquer coisa, em qualquer peso”, disse Alberto.

Tenório tem quatro medalhas de ouro paralímpicas e no último Parapan, de Toronto-2015, terminou com o bronze. Quem também deve ter um novo cronograma são os atletas da natação. O Comitê Paralímpico Brasileiro ainda não tinha consolidado todas as mudanças. Alberto informou que a participação de alguns atletas será repensada.

“O número de medalhas deve cair pela junção da casse e pelo cancelamento de provas. Na natação terá provas que não vão medalhar por não ter muitos competidores. Vai contar só para aferição, contagem de tempo. Estamos avaliando se valerá a pena a participação nessas provas”, afirmou.

A cerimônia de abertura dos Jogos Parapan-Americanos de Lima acontecerá na sexta-feira. Nesta quinta-feira, no entanto, começam as competições do tênis de mesa. O Brasil está na capital peruana com sua maior delegação da história. São 512 pessoas, sendo 337 atletas.