Ano que vem será ano de renovação política. A má notícia é que ela não será ampla nem total. A boa nova é que teremos, sim, alguma renovação. Contudo, o mundo político continuará a padecer de problemas sérios, entre os quais a fragmentação partidária, a falta de comprometimento com programas partidários e o proposital distanciamento dasociedade. No ano que vem veremos também o velho hiperativismo da esquerda e a pachorrenta omissão dos liberais. Veremos a política sendo controlada pelos que gostam dela, mas não necessariamente pelos melhores. Os melhores ainda continuarão com medo de se misturar com gente que eles consideram, no mínimo, esquisita.

Por que será assim? Primeiro, porque o sistema trabalha contra os entrantes. Ou seja, figuras e instituições novas têm dificuldade de assumir posições estratégicas para vencer o debate político. Quanto a isso, os novos também têm sua parcela de culpa, pois se caracterizam como partidos anti-establishment e se dizem contra tudo de ruim que anda por aí. Contudo, sem uma tragédia econômica, essa narrativa tem fôlego curto.

Lembremos o Podemos, na Espanha. Com todo o oba-oba e a facilidade de acesso aos mecanismos eleitorais, a legenda de esquerda obteve apenas cinco cadeiras (de um total de 54) em 2014 no Parlamento europeu, com 7,98% dos votos. Foi o quarto partido mais votado no país, apesar do estrondoso sucesso nas redes sociais.

No Brasil, a situação é bem diferente. As novas agremiações não têm verbas e não existe uma cultura de doação de recursos entre as pessoas físicas. Porém, conforme afirmei no início, teremos, sim, alguma renovação. Não apenas aquela renovação média e tradicional da Câmara, uma espécie de renovação “suja” que traz deputados que não haviam sido eleitos na legislatura anterior, ou ex-senadores e ex-governadores, ou deputados estaduais que se elegem para a esfera federal.

Teremos, sim, uma pequena renovação por conta de iniciativas como as do Renova Brasil, liderada por Eduardo Mufarrej, que traz muita esperança para a sociedade. Ao estimular e instruir novas lideranças a disputar as eleições, o Renova Brasil trabalha no ponto fraco que prejudica a renovação política no país: preparar novos protagonistas para o embate político Com lideranças sendo instruídas a se posicionar, a usar as redes sociais, a elaborar propostas e a seguir princípios básicos de transparência e honestidade, poderemos ter bons e novos nomes no Congresso Nacional. Como se sabe, as grandes coisas começam pequenas.

Poderemos ter bons e novos nomes no Congresso Nacional. Como se sabe, as grandes coisas começam pequenas

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