O futebol brasileiro apresentou transformações importantes com a inclusão de um novo modelo de negócio adotado por grandes clubes. A SAF traz investimento, mas os reflexos em campo acontecem com um trabalho a longo prazo. O Botafogo iniciou o Brasileirão com uma simbiose com a torcida, que lotou o Nilton Santos em vários jogos. Todavia,a queda bruscade rendimento fez o time despencar na média de público.

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O clube convive com a dualidade entre expectativa e realidade – com um projeto de Sociedade Anônima ainda embrionário. A chegada do bilionário John Textor completou apenas quatro meses e é cedo para que o time volte a ser protagonista nas principais competições do país; O elenco está sendo montado com a temporada em andamento visando o amadurecimento nos próximos anos.

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O início do Brasileirão foi cercado de confiança e essa sinergia foi refletida nas arquibancadas. Nas três primeiras partidas como mandante, o Alvinegro chegou a ocupar a quarta melhor média de público do campeonato (com 31,749). O time de General Severiano contou com a presença de mais de 95 mil torcedores (95.248), no Nilton Santos.

Com esses números, o clube, então, obteve o lucro de R$ 1,5 milhão e mostrou que o Estádio pode ser rentável e tornar-se um trunfo na campanha. A euforia era tanta, que após a virada sobre o Fortaleza, John Textor chegou a balançar o bandeirão da estrela solitária e, com simpatia e carisma, interagiu com torcedores.

O cenário se modificou com o tempo e uma sequência de tropeços sob seus domínios fez essa média cair. Com isso, o trabalho do técnico Luís Castro começou a ser questionado por uma parte da torcida, enquanto outra confia no projeto a longo prazo com o português à frente da equipe. O auge da oscilação aconteceu com a invasão ao Espaço Lonier.

O comandante vê um elenco que precisa de reforços e que acumula problemas de lesões. Dessa forma, os desfalques têm atrapalhado o andamento do trabalho, mas o time pode e deve apresentar um futebol mais competitivo. Caberá ao treinador fazer a engrenagem rodar para o time não sofrer quando o campeonato entrar na reta final.

Com tropeços contra equipes da parte de baixo da tabela (Goiás, Avaí, Ceará, Juventude) em pleno Nilton Santos, a desconfiança aumentou. O clube fechou o primeiro turno com uma média de 22.676 torcedores – em nove jogos – e caiu para a nona colocação entre as melhores médias de público do Brasileirão.

Mesmo com os tropeços e desfalques, a torcida fez o dever de casa e compareceu em peso contra o Ceará (21657). Contudo, o time voltou a deixar pontos importantes pelo caminho. Atualmente, com duas rodadas no returno, o Botafogo tem a décima melhor média de público com 22.556 em dez partidas.

Por outro lado, a torcida alvinegra tem tido bons números quando a equipe carioca atua longe do Rio de Janeiro. O Glorioso leva, em média, 1.534 torcedores no setor visitante, ficando atrás apenas de Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Contra o Corinthians, em Itaquera, mais de 2.000 botafoguenses marcaram presença e esgotaram os ingressos.

No sábado, o time voltará ao Nilton Santos e medirá forças contra o Atlético-GO. O Dragão está na zona de rebaixamento, mas vem embalado após a histórica classificação para as semifinais da Copa Sul-Americana – eliminando o tradicional Nacional, do Uruguai. É o momento do Glorioso pontuar e resgatar a confiança da torcida para a sequência do Brasileirão.

Confira as médias de público do Campeonato Brasileiro 2022

1º – Flamengo: média de 54.540 em dez partidas
2º – Corinthians: média de 38.412 em dez partidas
3º – Palmeiras: média de 34.928 em onze partidas
4º – Atlético-MG: 33.590 em onze partidas
5º – São Paulo: média de 32.796 em dez partidas
6º – Ceará: média de 31.524 em dez partidas
7º – Fluminense: média de 29.617 em onze partidas
8º – Fortaleza: média de 26.546 em dez partidas
9º – Internacional: média de 23.691 em dez partidas
10º – Botafogo: média de 22.556 em dez partidas
11º – Coritiba: média de 21.283 em onze partidas
12º – Athletico-PR: média de 19.339 em dez partidas
13º – Santos: média de 11.992 em onze partidas
14º – Avaí: média de 10.631 em onze partidas
15º – Cuiabá: média de 10.480 em dez partidas
16º – Goiás: média de 9.944 em dez partidas
17º – Atlético-GO: média de 7.024 em onze partidas
18º – RB Bragantino: média de 4.963 em onze partidas
19º – Juventude: média de 4.382 em onze partidas
20º – América-MG: média de 2.861 em dez partidas