As jornalistas Renata Lo Prete e Míriam Leitão criticaram a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a repórter da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello. Lo Prete disse, durante a apresentação do Jornal da Globo, que, assim como os demais colegas, tinha o sentimento de profunda indignação com a postura do presidente.

“Antes de continuar, como jornalista e mulher não posso dizer que meu sentimento é das minhas colegas e meus colegas: profunda indignação”, disse a jornalista após uma reportagem sobre o caso. “Isso não tem nada a ver com política, tem a ver com a dignidade das pessoas, que todos nós temos que respeitar a começar pelo presidente que pelas suas palavras parece se eximir dessa obrigação tão básica”, completou.

Na manhã desta quarta-feira (19), durante o Bom Dia Brasil, Míriam Leitão afirmou que o presidente não pode ofender a repórter usando insinuação sexual. “Um presidente da República não pode levantar uma insinuação dessa gravidade, não pode acusar uma pessoa sem prova. Não pode usar o espaço e o poder que tem para agredir pessoas, grupos sociais, instituições, como ele tem feito”, disse a jornalista.

“Isso é machismo, é indigno, é difamação. E difamação é crime. Quando Bolsonaro ataca dessa forma vil uma jornalista, uma mulher, com esses argumentos machistas, está desonrando a presidência da República”, afirmou.

Na terça-feira (18), o presidente fez insinuações sobre o trabalho da jornalista Patrícia Campos Mello. “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse Bolsonaro aos risos na saída do Palácio da Alvorada.

Ele fez a declaração ao comentar o depoimento de um ex-funcionário da Yacows, uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp, na CPI das Fake News no Congresso. Na semana passada, Hans River ofendeu a jornalista ao dizer que ela havia se insinuado para ele em troca de uma reportagem sobre o uso de disparos de mensagens na campanha eleitoral.