O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateu nesta segunda-feira, 9, as declarações do senador petista Lindbergh Farias (RJ) que acusou o peemedebista de estar “errando muito” e seguir o caminho do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha foi quem deflagrou em dezembro o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Vossa Excelência está manchando a sua biografia em cometer um erro histórico ao colocar suas as mãos num golpe”, afirmou Lindbergh Farias, em pronunciamento no plenário.

Renan respondeu ao petista e disse que não vai sair da “imparcialidade”. “Essa sessão assegura a minha isenção e a minha imparcialidade. Decidir de acordo com o atual presidente da Câmara seria sair da imparcialidade”, repetiu ele, ao ressaltar que não está presidindo a sessão do plenário “por prazer, mas por dever histórico e institucional”.

Senadores petistas queixam-se em plenário da decisão de Renan de ter ignorado manifestação anterior à decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de ter anulado a votação dos deputados que, no dia 17 de abril, admitiram a abertura do processo de impeachment contra Dilma.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que o governo trilha o caminho mais fácil para tentar obstruir o julgamento da presidente. “Não há como o Senado abdicar de suas prerrogativas e de sua competência constitucional diante de uma matéria preclusa, que está fora da instância de deliberação da Câmara dos Deputados o que nós poderíamos classificar como um trânsito em julgado administrativo, mais uma tentativa de procrastinação, de obstrução do julgamento”, criticou o tucano.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) protestou contra a decisão de Renan. Ela disse que, ao contrário do presidente do Senado, não a considera “intempestiva” e frisou que os pontos que levaram Maranhão anular a votação da Câmara vinham sendo questionados pelos integrantes do governo na Comissão Especial do Impeachment.

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Até o momento, o presidente do Senado ainda não leu a decisão da comissão do impeachment da Casa que, se ocorrer, poderá confirmar a votação do afastamento de Dilma na quarta-feira, 11.


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