A nitazoxanida, princípio ativo do vermífugo Annita, se mostrou menos efetiva e mais tóxica do que outras drogas usadas para o tratamento da Covid-19, segundo estudos na China. O remédio “secreto” havia sido anunciado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, na quarta-feira (15). As informações são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

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De acordo com estudos feitos em Wuhan, onde começou a pandemia, das sete drogas testadas em laboratório a cloroquina foi considerada a menos tóxica, e mais efetiva, quando ministrada em dose maior. O Remdesivir, remédio usado para combater o Ebola, também teve boa performance.

Ainda segundo a Folha, os pesquisadores chineses concluíram que a nitazoxanida só desenvolveu atividade antiviral adequada em doses altas, que se mostraram tóxicas. O estudo foi feito in vitro, mas não em testes clínicos, com pacientes.

Segundo o ministro, que não confirmou o nome do medicamento, a droga teve 94% de eficácia em exames preliminares, em laboratório, e não há efeitos colaterais graves. O fato de Pontes não ter divulgado o nome do medicamento e ter afirmado que nem mesmo os pacientes saberiam o que estariam tomando nos testes deixou cientistas perplexos.

“Qualquer pesquisa precisa dizer que medicamento será testado, em que doses, em quantos pacientes, e por quem será conduzida. Não existe pesquisa secreta em nenhum lugar do mundo”, diz Ezio Távora, do Comitê Comunitário de Acompanhamento de Pesquisas em Tuberculose, em entrevista à Folha.

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