É inevitável: mesmo sob o pretexto de prestar homenagem, remakes acabam se tornando um convite à comparação – quase sempre em desvantagem – com os originais. Com o cultuado Dirty Dancing, não é diferente. Inspirada no filme de sucesso de 1987, a minissérie Dirty Dancing, que estreia nesta segunda-feira, 12, às 19h30, no Fox Premium 1 – o segundo e último episódio será exibido amanhã, 13, no mesmo horário -, causa esse efeito.

Os atores Abigail Breslin (a garotinha de Pequena Miss Sunshine) e Colt Prattes têm a dura missão de substituir Jennifer Grey e Patrick Swayze como Baby e Johnny. De resto, a nova versão é praticamente uma cópia do antecessor. Baby continua a ser a jovem idealista e meio desajeitada que se apaixona pelo professor de dança, Johnny Castle, durante as férias de verão que passa com a família numa colônia, nos anos 1960. Johnny, por sua vez, segue como o arrogante e hábil dançarino que se rende ao amor por Baby.

Estão lá também boa parte das cenas vistas no filme, os mesmos diálogos, os célebres números de dança – que não são reproduzidos com a destreza e a sensualidade de Swayze e Jennifer – e a mesma trilha sonora, com novos arranjos e uma ou outra novidade.

Apesar de a produção seguir quase à risca o original, os fãs vão identificar algumas pequenas mudanças e acréscimos na trama. Enquanto os personagens secundários do filme têm participação ainda menor na minissérie, os pais de Baby, interpretados por Debra Messing (da série Will & Grace) e Bruce Greenwood (do filme Treze Dias que Abalaram o Mundo), ganham uma história própria, com direito a uma crise que abala o casamento deles.

Os atores da minissérie também cantam em cena, coisa que não acontecia no original, inclusive a irmã de Baby, Lisa (Sarah Hyland, de Modern Family), que, agora, mostrará afinação. Ex-Pussy Cat Dolls, a cantora Nicole Scherzinger vive a partner de dança de Johnny, Penny. Há ainda um desfecho para casal Johnny e Baby – ok, nada de spoiler.

Grande fã

Ator desconhecido, Colt Prattes conta, em entrevista por telefone a jornalistas da América Latina, que estava trabalhando em Las Vegas e precisou viajar cerca de cinco vezes para Los Angeles para fazer sua audição. Depois, fez um teste com a atriz Abigail. E conseguiu o papel. “É, de longe, o maior passo no cinema e na TV, e é isso que queria focar.”

O ator afirma que é um grande fã de Patrick Swayze (que morreu em 2009), mas que queria fazer o seu personagem. “Eu cresci assistindo a Dirty Dancing. Amei Dirty Dancing muito antes de eu ser dançarino”, diz. “Tenho certeza de que houve uma enorme influência ali apenas porque ele teve uma grande influência na minha vida, mas queria me aproximar do personagem da mesma maneira que ele fez. Eu só tinha que colocar o máximo possível de mim e do meu coração e da minha honestidade nele e simplesmente deixá-lo sair e deixá-lo ser o que fosse.”

Menos carismático, Colt Prattes não mostra química com Abigail em cena, diferentemente de Swayze e Jennifer, que, mesmo que se estranhassem nos bastidores, davam a devida temperatura ao casal na ficção.

Abigail Breslin até consegue atrair certa simpatia com uma Baby dócil e íntegra, que às vezes se aproxima da interpretação de Jennifer Grey. Mas, com Prattes no papel principal, Dirty Dancing, a minissérie, dá saudade de Patrick Swayze.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.