A relicitação dos empreendimentos que foram concedidos inicialmente à Eletrosul resultou em uma economia anual para a sociedade de R$ 37 milhões de Receita Anual Permitida (RAP). Essa é a diferença entre o valor da RAP acertada para os quatro lotes leiloados nesta quinta-feira, 20, e que correspondem aos empreendimentos anteriormente detidos pela estatal e o valor de RAP que seria paga se a Eletrosul tivesse concluído a transação com a chinesa Shangai.

A estatal chegou a acertar um memorando de entendimentos com a chinesa que viabilizaria a continuidade do projeto, mas não houve o cumprimento de determinadas condições e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acabou recomendando a caducidade da concessão.

Segundo o diretor da agência, Sandoval Feitosa, a RAP do conjunto de empreendimento somava originalmente R$ 654 milhões, enquanto a proposta de repactuação com a entrada da Shangai reduziria esse montante para R$ 424 milhões. Mas a competição observada por esses quatro projetos resultou em um deságio, em relação a esse novo valor, de 5,73%. “(O leilão) se mostrou mais eficaz, porque no processo competitivo obteve-se receita menor que na transferência do controle”, comentou.

Os lotes que vieram da Eletrosul são quatro, e com a disputa observada no leilão desta quinta-feira, totalizam uma RAP de cerca de R$ 387 milhões. Foram quatro vencedores diferentes: o Consórcio Chimarrão, formado por Cymi e Brookfield, CPFL Geração, Taesa e Sterlite.

Esses lotes apresentaram um menor número de proponentes do que nos demais empreendimentos leiloados nesta quinta, entre três e seis, dependendo do lote, ante um média ao redor de oito. Mas Feitosa minimizou o interesse reduzido. “Era um conjunto de investimento de valores elevados. Razão pela qual o nível de competitividade em comparação com outros lotes era menor. Mas como foi demonstrado por resultado, foi mais favorável que o acordo que não havia certeza” comentou.