Relembre os principais problemas judiciais em que o clã Bolsonaro já se envolveu

Relembre os principais problemas judiciais em que o clã Bolsonaro já se envolveu

O clã Bolsonaro, que é representado principalmente pelo presidente e seus quatros filhos, é envolvido em diversos problemas judiciais. O mais recente deles, que causa no mínimo estranheza, é o caso da compra de 107 imóveis, dos quais pelo 51 foram adquiridos parcial ou totalmente com dinheiro vivo.

Contudo esse não foi o único problema judicial em que o clã Bolsonaro se envolveu. A IstoÉ reuniu alguns outros que valem a pena recordar.

Jair Bolsonaro

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Presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro é o candidato à Presidência da República que responde a mais processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo levantamento obtido pelo Estadão. Até o dia 2 de setembro, dos 110 processos que tramitam na Corte, o presidente é alvo de 25.

Neste ano de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) enviou à Justiça Federal uma ação na qual pediu a condenação de Jair Bolsonaro e Walderice Santos da Conceição por improbidade administrativa. A “Wal do Açaí”, como é conhecida a mulher, é suspeita de ter sido funcionária fantasma no gabinete de Bolsonaro quando ele era deputado federal.

Em abril de 2020, foi aberto um inquérito contra o presidente por suposta interferência na Polícia Federal (PF). O caso passou a ser investigado após Sergio Moro fazer acusações contra Bolsonaro durante o seu discurso de demissão do Ministério da Justiça.

Depois, a própria PF enviou um documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirmava que não havia elementos suficientes que comprovassem que o presidente teria cometido algum crime.

Outro caso contra o presidente Jair Bolsonaro que ganhou grande repercussão foi a solicitação que a Polícia Federal fez ao STF para indiciá-lo por ter associado a vacina contra a Covid-19 ao risco de desenvolver Aids. A corporação afirmou que o mandatário cometeu incitação ao crime ao realizar essa falsa associação.

No ano de 2018, o ministro do STF Alexandre de Moraes mandou apurar, a pedido do TSE, o vazamento de informações sigilosas de um inquérito realizado em 2018 pela Polícia Federal após um hacker ter tentado invadir o sistema eletrônico da Justiça Eleitoral.

O caso veio à tona depois que o presidente Jair Bolsonaro divulgou as informações do inquérito durante uma transmissão ao vivo, no intuito de tentar corroborar as suas acusações, sem provas, a respeito da transparência e segurança do nosso processo eleitoral.

Esses são apenas alguns dos inúmeros inquéritos aos quais o presidente Jair Bolsonaro responde ou já respondeu.

Flávio Bolsonaro

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Pedro França/Agência Senado

Quando pensamos nos casos envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho zero um do presidente, o primeiro episódio que vem à mente é o “escândalo das rachadinhas”, que teria ocorrido em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando era deputado estadual.

Porém, após um recurso apresentado pela defesa de Flávio, a quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as decisões contra o senador.

Outro caso emblemático do filho zero um do presidente foi a compra de uma mansão de cerca de R$ 6 milhões, em Brasília (DF). Como justificativa, o senador alegou que conseguiu adquirir o imóvel por meio do seu salário de parlamentar de R$ 24 mil mais a atuação como advogado, empresário e empreendedor no decorrer de muitos anos.

A sua defesa ainda complementou ao afirmar que a esposa de Flávio, Fernanda Antunes Figueira, exerce odontologia há anos e se estabeleceu em consultórios no Rio de Janeiro e em Brasília.

Carlos Bolsonaro

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Reprodução

Em 2019, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve a quebra dos sigilos fiscal e bancário determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com o Ministério Público do Rio (MP-RJ), o filho zero dois do presidente era investigado por um suposto esquema de “rachadinha” e empregar funcionários fantasmas em seu gabinete. Isso ocorreu após a Revista Época divulgar que o parlamentar teria empregado sete parentes de sua ex-madrasta Ana Cristina Valle e eles nunca apareceram para trabalhar.

Além disso, neste ano de 2022, Carlos e o seu outro irmão Eduardo Bolsonaro foram condenados a pagar uma indenização de R$ 20 mil a Jean Wyllys por danos morais. Isso aconteceu depois que os dois compartilharam um vídeo no qual o ex-deputado era associado a Adélio Bispo, autor da facada que Jair Bolsonaro sofreu em Juiz de Fora (MG).

Eduardo Bolsonaro

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Deputado Federal Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi condenado em setembro de 2021 a pagar uma indenização por danos morais à jornalista Patrícia Campos Mello. Em 2020 ele disse durante uma entrevista ao canal no YouTube “Terça Livre” que a profissional “tentava seduzir (fontes) para obter informações que fossem prejudiciais ao presidente Jair Bolsonaro”.

Contudo Patrícia não foi a única profissional da imprensa atacada pelo parlamentar. Em abril deste ano, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara abriu um inquérito para apurar a conduta do deputado federal após ele ter debochado, por meio do seu perfil no Twitter, da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão durante a Ditadura Militar.

Por falar do regime de repressão, que durou no Brasil de 1964 a 1985, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados arquivou, em abril de 2021, um processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro. Isso ocorreu após ele defender durante uma entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, em 2019, que deveria ter sido instaurado um novo Ato Institucional Número 5 (AI 5) como “resposta” para uma eventual radicalização da esquerda.

Outro processo contra o deputado federal foi movido pela cantora Daniela Mercury. Ela afirmou na ação que Eduardo Bolsonaro havia cometido difamação ao publicar no seu perfil no Twitter um vídeo editado no qual a artista supostamente teria falado que Jesus Cristo era homossexual.

Jair Renan Bolsonaro

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Reprodução/ Instagram

As investigações policiais contra o clã Bolsonaro também chegaram até o filho mais novo do presidente, Jair Renan Bolsonaro. O rapaz foi investigado pela Polícia Federal por suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Tudo começou em 2020, quando Renan realizou uma festa para inaugurar um escritório, localizado na parte comercial do estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). Depois, ele postou nas suas redes sociais fotos em que apareciam duas peças de mármore que decoravam o local e marcou a construtora do ramo de mineração Gramazini.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Allan Lucena, que dividia o escritório com Renan, aparece dirigindo um carro elétrico que, segundo ele, havia sido doado pela Gramazini e pelo grupo WK.

Por conta disso, em novembro de 2021, a Polícia Federal passou a investigar se Renan havia atuado para que o grupo empresarial conseguisse duas reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para tratar de um projeto sobre construção de casas populares.

Michelle Bolsonaro

A primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, participa de cerimônia por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2022, em Brasília - AFP/Arquivos
AFP

A primeira-dama Michelle Bolsonaro também foi envolvida em casos que tiveram grande repercussão. O primeiro foi uma investigação para apurar o depósito de cheques, entre 2011 e 2016, no total de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz, que atuou como assessor de Flávio Bolsonaro e era suspeito de comandar o esquema das “rachadinhas”.

Contudo o caso não foi para frente porque a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram para que ele fosse arquivado.

Outra investigação arquivada contra Michelle Bolsonaro se tratava dos supostos favorecimentos que teria feito para que amigos conseguissem empréstimos de forma facilitada pela Caixa Federal.