Na manhã desta quinta-feira, 16, morreu o narrador esportivo Silvio Luiz, aos 89 anos. Entretanto, a memória e história do narrador nunca será apagada. Bordões, expressões “fora do comum”, estilo de narração próprio e quebra de expectativa. Essas são as principais marcas da trajetória de Silvio Luiz, que é considerado um dos maiores nomes da narração esportiva.
+ Morre, aos 89 anos, o narrador esportivo Silvio Luiz
Para relembrar momentos que marcaram a trajetória do narrador, selecionamos uma série de bordões e expressões que o Silício Luiz utilizava em suas transmissões, além de narrações inesquecíveis. Confira:
“Olho no lance”
Silvio Luiz trazia o telespectador para o momento da jogada, normalmente uma finalização ao gol, de uma forma não convencional e única.
“É do (falava o nome do time), confira comigo no replay! Foi, foi, foi, foi dele! (falava o nome do jogador)”
Expressão marcava o momento mais importante do futebol: o gol. Certamente é um dos poucos narradores brasileiros que não gritavam “gol” nessa hora, e mesmo assim conseguia transmitir toda emoção que esse momento significa dentro do esporte. Além disso, facilitava para o telespectador identificar quem era o jogador que marcava o gol.
“O que que eu vou dizer lá em casa/Pelo amor dos meus filhinhos/Minha Nossa Senhora/Pelas barbas do Profeta/Esse até a minha avó fazia”
Gols perdidos eram um dos momentos mais divertidos da narração de Silvio Luiz. Ele usava frases icônicas para representar esse momento.
“Vai mandar lá no meio do pagode”
Lances de bola parada, como faltas e escanteios, eram sempre representados dessa maneira.
“Balançou o capim no fundo do gol”
Expressão utilizada para enfeitar ainda mais o momento do gol
Queimou o filme!
O narrador utilizava a frase para representar o momento em que a Seleção Brasileira, ou times brasileiros, tomavam gols de adversários estrangeiros.
“No Pau!”
O grito de Silvio Luiz quando a bola acertava a trave ou o travessão era muitas vezes maior do que o próprio barulho da bola atingindo o “poste”.
“Agora é fechar o caixão e beijar a viúva”
Torcedores brasileiros certamente já sofreram muito ao ouvir essa frase. O narrador utilizava o bordão quando um jogador marcava um gol que poderia definir a partida.
Narrações marcantes
Dentro das transmissões esportivas, Silvio participou de seis Copas do Mundo e nove Olimpíadas, além de narrar diversos torneios, como Campeonato Brasileiro Série B, Campeonato Italiano, Campeonato Inglês, Campeonato Carioca e Campeonato Paulista. Nos mais de 70 anos de profissão como jornalista, locutor e narrador, é impossível dizer quais foram os momentos mais importantes da trajetória de Silvio Luiz.
Entretanto, alguns momentos representam bem a forma como Silvio utilizava de recursos cômicos, bordões e frases de impacto para narrar os jogos e também para manter o teleséctador presente mesmo em momentos específicos durante uma partida. Confira algumas dessas narações e momentos que marcaram a história do narrador dentro da televisão e do futebol:
Golaço de Dener contra o Santos
Dener era um dos principais nomes do futebol brasileiro em 1993. Aos 22 anos, o jogador marcou o gol mais bonito de sua breve carreira, na vitória contra o Santos no Campeonato Paulista daquele ano. O momento foi eternizado pela narração de Silvio Luiz.
Vanderlei Luxemburgo VS Oscar Roberto Godoy
Uma discussão acalorada entre o técnico Vanderlei Luxemburgo e o árbitro Oscar Roberto Godoy durante o jogo entre Corinthians e Palmeiras também teve uma participação de Silvio Luiz, que fez comentários durante a transmissão que deixam o momento ainda mais marcante. Veja:
Final Rio-São Paulo 1997
A final do Torneio Rio São Paulo, em 1997, entre Santos e Flamengo também ficará para sempre na memória dos torcedores e telespectadores brasileiros, muito por conta da narração de Silvio Luiz, repleta de expressões, bordões e, além de tudo, muita emoção.
Invasão de gato no gramado
Por fim, um dos momentos mais icônicos da televisão e da carreira de Silvio Luiz. Quando um gato invade o gramado durante um confronto entre São Paulo e Real Madrid, em 1992, o narrador imita um gato e depois late para tentar afastar o animal do campo.