O ano de 2022 foi marcado por conflitos policiais que resultaram em muitas mortes. Um relatório feito pela Rede de Observatórios da Segurança Pública mostrou que a polícia do Rio de Janeiro foi a que mais matou e mais morre durante suas operações.

Em uma comparação com os estados Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e São Paulo, o Rio de Janeiro liderou o ranking com 67% dos casos sobre violência policial.

Em seguida, São Paulo se destacou pela violência contra crianças e adolescentes; Bahia teve aumento de registros de violência contra mulher; Pernambuco foi o estado que mais registrou casos de feminicídios e mortes de mulheres transsexuais; Piauí liderou o número de linchamentos e Ceará registrou o maior número de chacinas.

Operações policiais com mortes

No dia 3 de fevereiro deste ano, operações policiais realizadas nas comunidades da Caixa D’Água, Morro do 18 (em Quintino), Morro do Urubu (em Pilares), Frechal (no Engenho da Rainha) e no Barão, Bateau Mouche e Chacrinha (na Praça Seca) deixaram nove mortos. Todas as localidades ficam no subúrbio do Rio de Janeiro.

Na época, a Polícia Militar informou que as operações visavam encerrar os confrontos entre quadrilhas criminosas rivais, que disputam o controle dessas comunidades.

Em 26 de maio, outra operação policial realizada na Vila Cruzeiro e no Complexo da Penha, as duas localizadas na zona norte do Rio, deixou ao menos 25 pessoas mortas e 11 feridas.

A ação foi realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar com o auxílio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF).

No dia 12 de julho de 2022, os moradores da comunidade Manguinhos, na zona norte do Rio, acordaram com os barulhos de tiros que resultaram na morte de seis pessoas.

Na época, a Polícia Civil informou que agentes do Esquadrão Antibomba foram alvos de ataques quando passavam pela avenida Dom Hélder Câmara a caminho da Cidade da Polícia. Por isso, houve confronto.

No dia 21 do mesmo mês, o Complexo do Alemão foi palco para o confronto entre a Polícia Civil e Militar e os traficantes da região. Esse conflito armado deixou 18 mortos.

Em 26 de setembro, uma operação conjunta da Polícia Civil e Militar do Rio de Janeiro matou sete pessoas, feriu oito e prendeu 26 suspeitos.

No dia 25 de novembro, 15 pessoas foram mortas durante operações policiais em três pontos diferentes do Grande Rio.

Houve trocas de tiros na Maré, que resultaram em seis óbitos, Juaramento, com seis mortes e em Niterói, com três óbitos.

Por fim, o confronto mais recente ocorreu no dia 1° de dezembro nas comunidades Vicente de Carvalho e do Chapadão, ambas localizadas no bairro de Costa Barros, no Rio de Janeiro.

A operação da Polícia Militar causou cinco mortes. De acordo com a corporação, os agentes estavam saindo das comunidades quando se depararam com traficantes, que supostamente estariam tentando ocupar as regiões.

Os traficantes teriam atacado os policiais, que revidaram.