O ator e diretor Robert Redford, ícone do cinema americano das últimas seis décadas, morreu nesta terça-feira, 16, aos 89 anos, em sua casa em Utah.
Segundo comunicado de Cindi Berger, CEO da empresa de relações públicas Rogers & Cowan PMK, ele faleceu enquanto dormia. A causa específica da morte não foi divulgada.
A notícia repercutiu em todo o mundo. O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou o falecimento ao deixar a Casa Branca: “Por vários anos, não houve ninguém melhor que Robert Redford. Houve uma época em que era o mais famoso. Foi imenso”.
Dos galãs de Hollywood ao reconhecimento mundial
Nascido Charles Robert Redford Jr. em 18 de agosto de 1936, em Santa Monica, Califórnia, filho de um contador, Redford se tornou um dos maiores galãs de sua geração.
Com sua beleza marcante e talento em cena, brilhou em sucessos como Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969), no qual contracenou com Paul Newman, Golpe de Mestre (The Sting, 1973), que lhe rendeu sua única indicação ao Oscar como ator, e Todos os Homens do Presidente (All the President’s Men, 1976), sobre o escândalo de Watergate.
Diretor premiado e criador do Sundance
Após duas décadas de sucesso como intérprete, Redford passou para trás das câmeras e, logo em sua estreia como diretor, conquistou o Oscar de Melhor Direção por Gente Como a Gente (Ordinary People, 1980), que também venceu como Melhor Filme. Em 2002, recebeu um Oscar honorário por sua contribuição ao cinema.
Um dos grandes legados do artista foi a criação, em 1985, do Festival de Cinema de Sundance, em Utah. Pensado para dar espaço a cineastas independentes que buscavam alternativas ao modelo tradicional de Hollywood, o evento se tornou uma das plataformas mais importantes para revelar novos talentos, lançando nomes como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh e Jim Jarmusch.
Ambientalista e figura inspiradora
Além da carreira no cinema, Redford foi um ativista ambiental engajado, defendendo a preservação das paisagens naturais e dos recursos de Utah, estado onde vivia.
Sua trajetória foi celebrada por colegas de profissão. Ao entregar-lhe o Oscar honorário em 2002, Barbra Streisand definiu seu legado: “O trabalho de Robert Redford como ator, diretor e produtor sempre representou o homem como ele mesmo: o intelectual, o artista, o cowboy.”
Em sua vida pessoal, o astro se casou em 2009 com a artista alemã Sibylle Szaggars, sua companheira de longa data.
Redford deixa uma marca indelével na história do cinema mundial — como ator, diretor, produtor, ativista e criador de um espaço que transformou a cena independente.