Trechos de um relatório de inteligência da PF (Polícia Federal) apontam que houve contato entre o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil – PR) e o empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia, que acusa o parlamentar de ter solicitado “grampo” contra ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), juízes e desembargadores. O ex-magistrado nega.

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No começo dos anos 2000, o ex-deputado foi acusado de fazer parte de um esquema de fraude no extinto Consórcio Nacional Garibaldi. Em 2004, ele fechou um acordo de colaboração homologado por Moro. O documento da PF, vazado pela Globo News, mostra que o ex-juiz e Garcia conversaram por uma hora ao telefone, em abril de 2005.

Tony Garcia teria relatado a Moro sobre quais pessoas havia conseguido gravações de conversa por meio de escutas. Porém o ex-juiz respondeu que isso não o livraria da pena.

Além disso, Sergio Moro teria reclamado do trabalho feito pela PF ao longos dos anos das investigações, alegando que o delegado encarregado estaria “indicando bagrinhos e deixando os principais (Sérgio Rodrigues e Celso de Miami) de fora, querendo restringir o assunto”.

Pedido ao STF

Na quinta-feira, 28, o empresário solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a anulação de todos os atos praticados pelo ex-juiz. Ele alegou que teria sido encarregado de colher provas em casos nos quais estariam envolvidos ministros do STJ, desembargadores do Tribunal Regional da 4ª, um corregedor da PF, um juiz eleitoral, um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná e um presidente do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná).

Além disso, Garcia acusou Moro ter agido como “juiz, acusador e vítima” no caso de um grampo que teria sido instalado por um advogado no telefone do ex-juiz.