Um relatório produzido pela força-tarefa de inteligência da IBM, divulgado pelo jornal “Financial Times”, mostrou que empresas associadas a uma rede de refrigeração administrada pela Aliança Global de Vacinação (Gavi) para armazenar e distribuir futuras vacinas contra a Covid-19 estão sendo alvo de ataques de hackers.

O relatório aponta que os ataques cibernéticos estão tentando roubar informações ou interromper processos vitais para manter as vacinas resfriadas enquanto elas viajam dos laboratórios onde foram produzidas para hospitais.

Algumas vacinas que lideram a corrida contra o novo coronavírus necessitam de um sistema de refrigeração complexo. A vacina da Pfizer e da BioNTech precisa ser mantida a menos 70 graus Celsius, por exemplo. Já a da Moderna deve ser transportada em temperaturas inferiores 20 graus Celsius negativos.

Nick Rossmann, chefe global de ameaças de inteligência da IBM, disse em entrevista ao FT que os hackers estão tentando atrapalhar a entrega das vacinas ou roubar propriedade intelectual. “Um lado disso é a espionagem cibernética: Como você transporta as vacinas? Como está funcionando o processo de refrigeração? Como você está gerenciando toda a cadeia logística?”, explicou ele. “Também há potencial para interrupção, de lançar ataques que atrapalham as vacinas e sua distribuição para minar a confiança nelas em todo o mundo”, falou ele.

Para Rossmann, as empresas envolvidas nesse processo da vacina deveriam receber ajuda para garantir que poderão entregar as doses necessárias para enfrentar a pandemia. “Essas empresas de refrigeração não terão as mesmas ferramentas de segurança que as instituições financeiras avançadas possuem”, comentou o especialista.

Pesquisadores da IBM não sabem se os hackers tiveram sucesso em ganhar acesso às redes das empresas de refrigeração. A Gavi disse que tem “processos fortes” em vigor para evitar tais ações e que continuaria a fortalecer sua segurança.