TURIM, 27 MAI (ANSA) – Um relatório feito por peritos do governo da Itália apontou que falhas de manutenção e erros humanos contribuíram para o desastre que matou 14 pessoas em uma linha de teleférico no norte do país em maio de 2021.   

Na ocasião, uma cabine do teleférico de Stresa-Mottarone, perto de Turim, despencou em alta velocidade após o rompimento de um cabo de tração e se chocou contra uma torre, caindo em seguida de uma altura de 20 metros.   

Das 15 pessoas a bordo da cabine, apenas uma, o menino Eitan Biran, hoje com seis anos de idade, sobreviveu.   

A investigação judicial ainda está em curso, mas um relatório divulgado pela Direção-Geral para Inquéritos Ferroviários e Marítimos, órgão ligado ao Ministério da Infraestrutura e dos Transportes, apontou que a causa mais provável da tragédia foi o “progressivo envelhecimento [da estrutura] devido a fenômenos de corrosão, fadiga, instabilidade ou torção e que não foram monitorados adequadamente”.   

A empresa Leitner, fabricante do teleférico, indicava a necessidade de inspeções trimestrais no trecho onde ocorreu o rompimento do cabo, mas a análise dos registros indica que esse procedimento não foi efetuado entre 7 de outubro de 2020 e 23 de maio de 2021, ou seja, um período de cinco meses e meio.   

O relatório, feito pelos peritos Roberto Maja e Sergio Simeone, também cogita a hipótese de um “aumento da tensão no cabo”, mas, neste caso, bastaria o acionamento do freio de emergência para impedir o acidente.   

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

No entanto, sabe-se que um sistema que bloqueava a ativação desse freio havia sido deixado no teleférico. Para o relatório, isso só pode ter ocorrido por “adulteração” ou “erro de montagem”.   

Os peritos também apontam uma série de “deficiências” na gestão da via, como registros em branco, profissionais pouco preparados, pressa e falta de treinamento dos funcionários.   

O relatório não indica culpados especificamente, mas deixa pouco espaço para a hipótese de uma fatalidade. (ANSA).   


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias