Apesar de ter retirado as datas de seu plano de trabalho, cedendo apelos da oposição, o relator da reforma da Previdência, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) afirmou nesta terça-feira, 14, que pretende manter a apresentação do parecer para o dia 16 de março. No entanto, ele admitiu que essa data não é inflexível, uma vez que pode ser necessário realizar uma ou duas audiências públicas a mais do que as nove originalmente previstas.

“Teremos de avaliar a inclusão de alguma audiência pública”, disse Maia, citando o pedido da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) para a realização de um debate sobre a aposentadoria de mulheres. “Na minha cabeça, tenho a data de 16 de março, mas o roteiro não é inflexível”, frisou o deputado.

A previsão de leitura do parecer em 16 de março estava bastante alinhada com o desejado pelo Palácio do Planalto, que é concluir a tramitação da reforma da Previdência nas duas Casas (Câmara e Senado) ainda no primeiro semestre. No entanto, o próprio relator afirma que pretende “encerrar este semestre com isso aprovado na Câmara dos Deputados”. “Minha previsão é essa, aí você fale com o governo sobre a previsão deles”, rebateu quando confrontado com a promessa do governo.

“A gente não tem preocupação de contrariar ou agradar ninguém. É claro que temos que fazer o projeto norteado pela proposta do Executivo, mas o governo é democrático e reconhece que esta Casa pode fazer aperfeiçoamentos”, afirmou Maia.

O relator ainda disse a jornalistas que dizer que considerar a retirada das datas uma demonstração de força da oposição é “fazer tempestade em copo d’água”. “Não tem disposição de nenhum deputado ou do governo de passar rolo compressor”, assegurou o deputado.

Maia ainda disse que, após a apresentação do relatório, haverá bastante tempo para debater a proposta. Esse intervalo, segundo ele, vai depender do nível de resistência ao texto.