O relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), fez um apelo aos governadores de todo o País nesta terça-feira, 11, para se buscar uma unidade em torno da proposta. A dois dias da apresentação do seu parecer, Moreira, no entanto, não deu detalhes do que já está definido para seu parecer e evitou responder diretamente a questionamentos dos gestores estaduais.

A portas fechadas com os governadores, Moreira pediu ajuda para obter o apoio necessário para aprovar a reforma na Comissão Especial e no plenário da Câmara. “Há a necessidade também de se ter muito mais competência para se conquistar a unidade. Nós vamos ter que ser todos muito competentes para conseguir efetivar uma reforma que todos acham que deve ser feita, que é a reforma da previdência”, disse.

Há um impasse ainda sobre a manutenção dos Estados e municípios nas regras que deverão ser alteradas com a reforma porque alguns deputados alegam que irão se desgastar politicamente com suas bases eleitorais ao votar favoravelmente à proposta.

Por isso, os governadores decidiram se reunir com Moreira nesta semana para debater a questão. A maioria deles defende que os entes federativos sejam mantidos no texto final. O relator, no entanto, disse aos governadores que não poderia “bater o martelo” hoje com eles “em respeito a líderes e deputados”.

Na conversa, Moreira afirmou se preocupar em entregar um relatório que garanta uma potência fiscal robusta. Ele também disse aos governadores que a proposta “traz uma economia de R$ 350 bilhões em dez anos para Estados e municípios”. “Lógico que não queremos deixar isso de lado, queremos estar juntos na reforma”, disse.

O deputado ressaltou que há um problema fiscal grave no País com o pagamento das aposentadorias, mas defendeu que a reforma é também uma oportunidade de se corrigir problemas sociais. “Temos ainda muitas injustiças no nosso sistema de Previdência. Provavelmente não vamos conseguir nesse momento (corrigir todas), mas é uma oportunidade de se corrigir várias delas. Então, nós teríamos que promover um pouco mais de justiça social e resolver o problema fiscal ou pelo menos tentar amenizar”, disse.

Sem citar o caso específico dos vazamentos envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato, Moreira defendeu que a reforma seja “blindada de todas as outras questões que possam surgir e tirar a atenção” dela.

Ele afirmou ainda ter “convicção” de que seu relatório “será muito melhor do que a proposta que foi apresentada”.