O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga fraudes bilionárias no INSS, afirmou que políticos “corruptos” deveriam receber o mesmo tratamento que os 121 mortos da megaoperação contra o Comando Vermelho realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
“Quero bater palmas para a polícia do Rio de Janeiro, que bandido que não respeita a polícia é chumbo mesmo. Mas eu tenho uma pena da polícia não ter a mesma autorização para fazer isso nos corruptos com poder. O povo quer justiça igualitária, ou seja, para corrupto, forca. Para corrupto, o mesmo tratamento de bandido perigoso“, disse o relator.
A declaração foi dada durante a oitiva de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), que acabou preso na CPMI por falso testemunho e foi liberado após pagamento de fiança. A organização é investigada por suspeita de descontos indevidos em aposentadorias, com faturamento estimado em R$ 221 milhões.
Criada há quase três meses, a CPI passa a dividir agora os holofotes com uma nova comissão parlamentar, a do Crime Organizado, instalada pelo Senado nesta terça-feira, 4. O tema está em evidência justamente depois da megaoperação fluminense e deve ser central nas eleições de 2026.
O relator afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não acredita em esvaziamento ou teme a concorrência com a nova CPI. “São temas distintos, ambas as CPIs são importantes para o futuro da nação. O importante é que tenhamos resultados concretos”, disse Gaspar.