Tanto o rap quanto o samba saíram do mesmo buraco, dos extremos periféricos. Esse é certamente o ponto de intersecção entre os dois gêneros musicais. Retratar cotidianos e a dura realidade de quem vive à margem da sociedade sempre foi uma bandeira, ainda que de um jeito brando e cadenciado, como o samba, ou de forma mais direta , brusca e contundente, como o rap.

O rap surgiu para o mundo sampleando o funk norte-americano. No Brasil, ele acabou se “apropriando do samba” até para dar mais identidade ao gênero musical.

Criolo, portanto, não é o primeiro rapper a transitar pelo samba. Marcelo D2 e Rappin’ Hood já fizeram isso há alguns anos e acabaram colhendo louros dessa mistura. O rap, em síntese, não é puro. É uma música que se apropria de outras, como o próprio Marcelo D2 já afirmou em entrevista ao Caderno 2, em dezembro de 2015. “Sempre achei que, para dar uma identidade brasileira ao rap, o caminho natural era usar o samba como plano de fundo”, disse ele na ocasião. “Já são 27 anos escrevendo rap. Então essa mistura acaba meio que sendo natural. Nos sambas Cria de Favela e Menino Mimado, por exemplo, se você tirar o ritmo, vai perceber que aquilo é, na verdade, um rap”, complementa Criolo.

Turnê

O show de lançamento do novo disco de Criolo, Espiral de Ilusão, será realizado no dia 27 de maio em Porto Alegre. A apresentação desembarca em São Paulo em 24 de junho, no Citibank Hall.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.