Relação entre estoques e consumo deve cair para 37% em 2016/17, diz Biosev

São Paulo, 2/6 – O diretor-presidente da Biosev, Rui Chammas, projeta preços sustentados para o açúcar tanto nesta safra quanto na próxima safra global. De acordo com ele, a relação entre estoques e consumo cairá pelo quarto ano consecutivo e atingirá 37% no ciclo 2016/17, que começa em outubro. Para o atual ciclo, que se encerra em setembro, o porcentual deve ser de 41%, o que significa dizer que 41% de toda a demanda mundial pode ser atendida somente com as reservas do alimento, desconsiderando-se a produção. Historicamente, as cotações do açúcar reagem quando esse número se aproxima de 30%. “Essa redução segue acompanhada por uma alta nos preços do açúcar, que se materializou em 2015/16”, afirmou durante teleconferência com analistas e investidores. Conforme Chammas, o preço médio para a safra global 2015/16 deverá ser de 14,9 centavos de dólar por libra-peso, acima do de 13,9 centavos de dólar de 2014/15. O valor segue bem abaixo do de 28,1 centavos de dólar alcançado em 2010/11. A avaliação feita por Chammas é de que o déficit de açúcar em 2015/16 alcançará 5,5 milhões de toneladas, revertendo cinco anos consecutivos de superávit. Para 2016/17, o déficit deve ser de 7,3 milhões de toneladas. Na quarta-feira, 1, à noite, a Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Commodities (LDC), reportou lucro de R$ 50 milhões no quarto trimestre do ano-safra 2015/16, correspondente aos meses de janeiro, fevereiro e março, revertendo prejuízo de R$ 221,72 milhões em igual momento do ano passado. Nos 12 meses da temporada, a companhia obteve prejuízo de R$ 272,65 milhões (-45,3%). A moagem de cana-de-açúcar pelas usinas da Biosev cresceu 9,3% na safra e totalizou 30,95 milhões de toneladas. A Biosev nasceu em 2009, a partir da fusão da LDC Bioenergia com a Santelisa Vale, uma das maiores companhias nacionais na produção e processamento de cana-de-açúcar. Ela é a segunda maior processadora de cana do mundo, com 11 unidades industriais localizadas em 4 polos agroindustriais no Brasil. A capacidade total de moagem é superior a 36 milhões de toneladas por safra.