Titular de um dos maiores spaces do Twitter no Brasil, famoso por discutir programas de TV, Muka quer mais. O influencer, que é jornalista de formação e tem mais de 20 anos de carreira, quer colocar os ouvintes para pensar no futuro do Brasil. “Eu sempre digo pra eles que é uma delícia fala de reality show, torcer, se envolve. Mas o que muda nossa vida é a realidade. A gente tem que pensar muito em quem vai indicar pra ser o líder nas eleições de outubro, porque uma escolha ruim pode colocar mais de 200 milhões no paredão da vida real”, diz, em alusão às dinâmicas do Big Brother Brasil, da TV Globo.

Foi justamente durante a cobertura do reality mais visto da televisão brasileira que Muka se notabilizou. O carioca, de 41 anos, conquistou o público ao analisar os acontecimentos do programa com um viés social. “O BBB é um microcosmo. Muitas das questões mais difíceis da nossa sociedade, como o racismo, a LGBTfobia, a transfobia – no caso da última edição – e o machismo aparecem no programa, que acaba se transformando numa excelente oportunidade para tocar corações e mentes de quem não está familiarizado a essas discussões. E dá pra fazer isso sem ser chato, sem ficar dando lição de moral. Dá pra conversar e trazer as pessoas para mais perto desses assuntos, sensibilizá-las mesmo”, afirma.

Depois do fim do Big Brother, Muka segue falando de televisão. Mas, em ano de eleições, colocou na pauta uma outra velha paixão: a política. “Desde moleque eu sou fissurado em noticiário político. E acho que a gente precisa estabelecer nesse país que a política é importante, que a gente deve discutir, sim! Quando a gente sai do debate político, deixa espaço para pessoas que, quase sempre, querem usar a vida pública em benefício próprio. Não pode ser assim!”, defende.

A sociedade brasileira precisa encarar essa conversa com maturidade, comprometimento. Ser cidadão não é apenas apertar os botões da urna eletrônica – que é segura e confiável – a cada eleição. A gente tem que acompanhar, fiscalizar, debater. Participar da vida pública desse país tão incrível e tão cheio de desafios”, completa.

Muka também comenta sobre a ideia da criação do espaço: “A ideia de um Space do Muka sobre política veio da Natuza Nery, uma das maiores referências na cobertura politica do país. Ela entrou pra falar de BBB numa madrugada e a gente começou a fazer um paralelo entre os participantes e os pré-candidatos à presidência. No fim, ela me propôs que marcássemos um papo sobre política. Fizemos e foi um sucesso! E isso me mostrou que, felizmente, há gente interessada nesse debate tão relevante. A audiência tem sido bem alta, a gente tá sempre nos trending topics do Twitter”.

Leandro Demori, Augusto de Arruda Botelho e Preto Zezé estão entre os convidados que mais bombaram nas transmissões. E Muka não esconde o desejo de levar ao seu espaço os pré-candidatos à presidência. “Mas só os que defendem a democracia, acreditam e defendem a ciência e não tentam deslegitimar o processo eleitoral, tumultuando ainda mais um país tão sofrido”, alerta, já excluindo da lista de convidados o atual presidente, Jair Bolsonaro. “Não tenho nada a ouvir desse cidadão. Aliás, gostaria de apagar da minha memória o que fomos obrigados a ouvir durante esses últimos quatro anos”, finaliza.

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