A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) pede na Justiça que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, prove declarações recentes de que há “crimes de produção de drogas” e “plantações de ervas” em universidades.

A Andifes pede que Weintraub apresente provas “efetivas” de insinuações sobre a “existência de diversos atos irregulares e práticas criminosas” nas instituições federais de ensino, caso o ministro mantenha as declarações.

“Com os achados, se houver, requer-se sejam nominados os responsáveis, as unidades locais, os dirigentes e as universidades, bem como todas as providências tempestivamente tomadas pelo senhor ministro em face de tais ocorrências”, pedem os reitores.

As declarações que motivaram a ação foram feitas por Weintraub em entrevista à TV Jornal da Cidade Online. “Você tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades. A ponto de ter borrifador de agrotóxico”, disse o ministro.

Após forte repercussão, Weintraub dobrou a aposta sobre as declarações em posts no Twitter, também questionados na ação da Andifes. Nas redes sociais, o ministro usou como exemplos investigações contra estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Ambos os casos postados pelo senhor ministro já foram apurados pelas autoridades policiais, devidamente debelados por suas reitorias e não servem de exemplo negativo para as instituições, conforme até indicado pela imprensa”, afirmou a Andifes.

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As mesmas declarações levaram a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados a aprovar nesta quarta-feira, 4, a convocação de Weintraub para esclarecimentos.

A ação foi de indenização por dano moral contra a União e Weintraub foi apresentada na quarta e tramita na 9ª Vara Federal Cível de Brasília.

A Andifes representa as universidades e institutos federais em negociações com o governo. A associação ainda argumenta que as declarações de Weintraub repercutiram em todo o País, gerando possíveis transtornos aos gestores das universidades.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que ainda não foi notificado pela Justiça.


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