As contas públicas do Reino Unido tiveram um rombo de 22 bilhões de libras deixadas pelo Partido Conservador, declarou a ministra britânica da Economia, a trabalhista Rachel Reeves.

“Este ano herdamos um excesso de gastos de 22 bilhões de libras [28 bilhões de dólares ou 148 bilhões de reais na cotação atual] (…) encoberto pelo partido” da oposição, declarou Reeves.

“Se não for resolvido, poderia representar um aumento de 25% do déficit orçamentário deste ano”, disse ela aos legisladores, citando uma auditoria detalhada das contas públicas. Seu primeiro orçamento será apresentado em 30 de outubro, acrescentou.

“Hoje apresentarei o trabalho necessário e urgente que já fiz para reduzir a pressão sobre as contas públicas em 5,5 bilhões de libras (37 bilhões de reais) este ano e em mais de 8 bilhões de libras (54 bilhões de reais) no próximo ano”, afirmou a trabalhista.

A ministra da Economia declarou que a magnitude dos gastos excessivos era “insustentável” e que não agir “não era uma opção” para o governo do primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer.

“A auditoria do novo governo mostra que o Reino Unido está falido”, disse o gabinete do chefe de governo britânico.

A gestão anterior, liderada pelo conservador Rishi Sunak, “evitou decisões difíceis” e “colocou o partido à frente do país”, acrescentou a responsável pelas Finanças britânicas, a primeira mulher a ocupar esta pasta no país.

O próximo orçamento buscará “consertar os alicerces de nossa economia”, afirmou Reeves, e acrescentou que também lançará uma revisão plurianual de gastos para fixar os orçamentos dos departamentos por três anos.

O Partido Conservador, no entanto, rejeitou as reivindicações dos trabalhistas e alegou que o novo governo está utilizando esta avaliação fiscal para lançar bases para aumentar os impostos.

Durante a campanha eleitoral, os trabalhistas prometeram que não aumentariam os principais tributos que afetam os trabalhadores.

O déficit orçamentário do Reino Unido se estabeleceu em cerca de 152 bilhões de dólares (800 milhões de reais) em 12 meses até ao final de março, o último ano fiscal britânico.

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