LONDRES, 16 JUN (ANSA) – O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (16) sanções contra o primaz da Igreja Ortodoxa Russa, Cirillo, por conta de seu apoio à invasão à Ucrânia pelo regime de Vladimir Putin.   

Por meio de comunicado, a secretária britânica de Relações Exteriores, Liz Truss, disse que o principal líder religioso da Rússia “abusou repetidamente de sua posição para justificar a guerra”.   

Com isso, Cirilo fica proibido de entrar no Reino Unido e terá eventuais ativos sob jurisdição britânica congelados.   

A nova lista de sancionados por Londres também inclui a comissária russa para os direitos da infância, Maria Lvova-Belova, tida como artífice da transferência forçada de crianças ucranianas de áreas ocupadas, coronéis do Exército de Moscou, ucranianos “colaboracionistas” e uma empresa bélica russa.   

“As pessoas atingidas hoje são cúmplices ou executoras da guerra de Putin, que está levando sofrimentos indizíveis ao povo ucraniano”, acrescentou Truss.   

O porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vladimir Legoyda, disse no Telegram que as sanções contra Cirilo são uma “tentativa de intimidação absurda e insensata”. “Isso pode ser necessário apenas para forças políticas que têm a escalada do conflito como sua meta”, salientou.   

A União Europeia também chegou a discutir possíveis sanções contra Cirilo, mas recuou após pressões da Hungria, cujo premiê, o ultranacionalista Viktor Orbán, é próximo a Putin.   

Patriarca de Moscou desde 2009, Cirilo é o principal líder religioso do país com a maior população ortodoxa no mundo em termos absolutos. Desde o início da invasão à Ucrânia, sempre mostrou alinhamento com Putin e chegou a culpar o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela guerra.   

A postura de Cirilo o afastou do papa Francisco, com quem se encontraria neste mês em Jerusalém, e provocou críticas do líder católico. “Não somos clérigos de Estado, não podemos utilizar a linguagem da política, mas sim a de Jesus. O patriarca não pode se transformar no coroinha de Putin”, disse o pontífice em entrevista recente ao jornal italiano Corriere della Sera.   

(ANSA).