Reino Unido promete acordo iminente com UE antes de cúpula inédita

Cinco anos após o Brexit, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, está prestes a concluir um novo “acordo” com a União Europeia (UE) nos próximos dias, anunciou Downing Street neste sábado (17), antes de uma cúpula inédita na segunda-feira em Londres com dirigentes das instituições europeias.

O líder trabalhista, que trabalha para estreitar os laços com a UE desde que assumiu o cargo em julho, prometeu concluir “esta semana (…) um novo acordo que responderá aos interesses nacionais do Reino Unido”, informou seu gabinete em um comunicado.

Esse pacto, cujos detalhes ainda são desconhecidos, pretende impulsionar o comércio mediante a redução da burocracia decorrente do Brexit, ou reforçar a segurança por meio de uma maior cooperação entre o Reino Unido e a UE, indicou Downing Street.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente do Conselho Europeu, António Costa; e a chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas, irão na segunda-feira a Londres para a primeira cúpula bilateral entre o Reino Unido e a UE desde a complicada separação de 2020.

Na segunda-feira “daremos mais um passo à frente e ofereceremos ainda mais vantagens ao Reino Unido graças a uma parceria reforçada com a União Europeia. Será positivo para nossos empregos, nossas contas e nossas fronteiras”, defendeu Starmer no comunicado.

As negociações continuarão até a formalização do acordo, com tensões em temas sensíveis como as cotas de pesca e a mobilidade dos jovens.

O comunicado de Downing Street não esclarece se os dirigentes anunciarão, como se espera, um pacto de parceria em matéria de defesa e segurança.

Ambas as partes têm interesse em uma reaproximação nesses âmbitos, em um contexto de aumento do rearmamento na Europa diante da ameaça russa e da perda de confiança no compromisso de segurança dos Estados Unidos no Velho Continente sob a presidência de Donald Trump.

Downing Street indica simplesmente que deseja evitar que “a segurança seja comprometida por uma falta de cooperação entre países vizinhos que enfrentam os mesmos desafios globais”.

Essa parceria deverá marcar um reaproximar-se de Bruxelas e permitir virar a página após as tensões que turvaram as relações entre a UE e os anteriores governos conservadores.

“Nestes tempos de grande incerteza e volatilidade, o Reino Unido não reagirá se fechando em si mesmo, mas ocupando com orgulho seu lugar no cenário mundial, ao reforçar suas alianças e concluir acordos”, defendeu Starmer.

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