Em uma cerimônia modesta e sem surpresas, já que as candidaturas eram únicas, a Uefa anunciou nesta terça-feira (10) que a Eurocopa de 2028 será organizada em conjunto por Reino Unido e Irlanda, e de 2032 terá como sede Itália e Turquia.

Estas escolhas confirmam a tendência das grandes competições desportivas, organizadas conjuntamente por vários países como forma de viabilizar os projetos.

De Wembley (Londres) ao City Stadium (Manchester), passando por St James’ Park (Newcastle), Hampden Park (Glasgow), Dublin Arena, National Stadium (Cardiff) e Casement Park (Belfast), os dez estádios que receberão a competição continental em 2028 são bem conhecidos e emblemáticos, seja no futebol, no rugby ou nos jogos gaélicos.

“Será o maior evento organizado por nossas duas ilhas trabalhando juntas”, disse na rede social X (antigo Twitter) o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar.

“O futebol é parte integrante do nosso estilo de vida… Será um torneio incrível graças aos estádios icônicos que estarão lotados com os melhores espectadores do mundo”, declarou a ministra dos Esportes do Reino Unido, Lucy Frazer.

– Detalhes a serem definidos e dúvidas –

Os detalhes da competição em 2032 são menos conhecidos. Itália e Turquia iniciaram a corrida para receber a competição separadas, antes de unirem forças em julho, sem revelar as cidades-sede, com o inconveniente dos 1.400 quilômetros que separam as capitais dos dois países.

“O coração do futebol vai bater na Turquia em 2032!”, reagiu nesta terça-feira o ministro dos Esportes do país, Osman Askin Bak, em uma mensagem publicada no X.

Com escolha desta terça-feira, a Turquia alcança um objetivo de longa data. Foi candidata derrotada em 2008, 2012 e 2016. Em 2021, quando a competição foi realizada em 12 cidades do continente, o relatório de avaliação da Uefa constatou “a ausência de um plano de ação no campo dos direitos humanos”.

Sua “parceira”, a Itália já organizou a competição em 1968 e 1980. Além disso, Roma recebeu jogos em 2021, quando o torneio foi disputado em todo o continente para comemorar seu 60º aniversário.

Algumas questões pairam sobre ambos os países: as proibições de viagens recentemente decretadas em Roma para as competições europeias preocupam os torcedores estrangeiros, tal como “as dificuldades de organização em Istambul na Superopa de 2019”.

“Dividir o peso de uma organização faz sentido, especialmente num contexto em que as populações locais esperam uma redução do impacto das grandes competições. Mas a coerência geográfica é necessária”, resume o diretor da associação Football Supporters Europe, Ronan Evain, que pede à Uefa para analisar “a questão dos direitos humanos e da cultura policial” na designação dos países organizadores.

“Os dois países têm registros notoriamente medíocres em termos de receber torcedores visitantes, e a distância entre eles terá um impacto ambiental e financeiro considerável”, lamentou a associação em sua conta no X.

– O futebol de volta para casa –

Com a Copa do Mundo aumentado o número de participantes a partir de 2026, com 48 seleções, a Eurocopa mantém uma fase final com 24 países desde 2016, o que equivale a um torneio de 51 jogos, frente aos 104 do Mundial.

Por isso, as cinco federações das Ilhas Britânicas (Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Irlanda) centraram sua candidatura para a Eurocopa em 2022, depois terem apostado inicialmente no Mundial de 2030, cuja organização foi designada na semana passada a Espanha, Marrocos e Portugal, com três jogos iniciais na América do Sul (Argentina, Uruguai e Paraguai).

“O terceiro maior evento desportivo do mundo”, que oferece “um retorno de investimento semelhante” a uma Copa do Mundo, argumentaram então.

Depois de 32 anos desde a Euro 1996, na Inglaterra, e sete anos depois da Euro 2020 – disputada em 2021 devido à pandemia – espalhada por todo o continente, mas concentrada a partir das semifinais no estádio de Wembley, em Londres, a principal competição internacional europeia volta à região onde o futebol foi inventado.

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