LONDRES, 7 ABR (ANSA) – A Agência de Regulamentação de Medicamentos e de Produtos Sanitários do Reino Unido (MHRA) emitiu uma nota nesta quarta-feira (7) em que, apesar de confirmar que os benefícios são maiores que os riscos, desaconselha o uso da vacina anti-Covid da Universidade de Oxford e da AstraZeneca para menores de 30 anos.   

Ao todo, são 76 casos confirmados de tromboses raras e 19 mortes registradas com possível ligação ao imunizante entre as mais de 20 milhões de pessoas que receberam a Vaxzevria.   

Conforme o documento, os problemas de coagulação “são um efeito colateral suspeito em potencial”, mas eles ocorrem em “um número extremamente limitado de casos” e ainda é preciso “fazer novos estudos para provar [a ligação] sem deixar nenhuma dúvida”. Por isso, no momento, o ideal é usar outra vacina para o público com menos de 30 anos.   

“Os benefícios da AstraZeneca contra a Covid-19 e os riscos associados, de hospitalização e morte, são superiores aos riscos para a grande maioria das pessoas”, ressalta ainda a MHRA.   

No entanto, um dos efeitos práticos da recomendação, deve ser a suspensão por um período maior de tempo dos testes da vacina contra o coronavírus em crianças e adolescentes, que foram paralisados nesta terça-feira (6) por medida de precaução.   

O anúncio dos britânicos está em linha com aquele feito pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) horas antes. No entanto, para os países da União Europeia, não foi imposta nenhuma restrição de aplicação das doses.   

“O comitê de segurança da EMA (Prac) concluiu hoje que incomuns coágulos de sangue com baixo nível de plaquetas devem ser listados como efeitos colaterais muito raros da Vaxzevria”, diz a EMA.   

O Prac analisou 62 casos de trombose cerebral da cavidade venosa e 24 de trombose venosa esplâncnica reportados até 22 de março, sendo que 18 terminaram em óbito. Os registros se referem a cerca de 25 milhões de vacinados, o que significa que a incidência foi de 0,0003% do total de pessoas imunizadas.   

Para efeito de comparação, a taxa de letalidade da Covid-19 no mundo varia entre 1% e 4%. O Brasil, por exemplo, que vem batendo recordes sucessivos de mortes diárias, tem um índice de 2,6%. (ANSA).