O Reino Unido iniciará conversações com outros países para estabelecer “centros de retorno” fora de suas fronteiras para demandantes de asilo que tiveram o processo rejeitado, anunciou nesta quinta-feira (15) o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, durante uma visita à Albânia.
“O que estamos discutindo são centros de retorno para migrantes, para garantir que realmente sejam deportados”, declarou o líder trabalhista ao canal GB News, sem mencionar os países que participam das negociações.
A União Europeia (UE) também mencionou recentemente a possibilidade de adotar “centros de retorno” fora de suas fronteiras, para acelerar as expulsões de migrantes em situação irregular.
O primeiro-ministro trabalhista está sob pressão após o avanço expressivo do partido de extrema direita Reform UK.
O partido liderado por Nigel Farage está na liderança nas pesquisas de intenção de voto a nível nacional, capitalizando as preocupações dos britânicos com a imigração em um cenário econômico difícil.
O anúncio de Starmer sobre os centros de retorno aconteceu após a divulgação de que o número de pessoas que cruzaram o Canal da Mancha, que separa Inglaterra e França, em pequenas embarcações supera 12.000 desde o início do ano, o que coloca 2025 na trajetória de um recorde.
Starmer destacou que o estabelecimento de centros de retorno não seria uma “solução mágica” para acabar com as viagens, mas combinado com outras medidas contra as redes de contrabandistas, “permitiria pressionar o comércio vil e garantir que interrompamos as pessoas que atravessam o Canal da Mancha”.
A Itália adota atualmente um programa similar com a Albânia, enviando os solicitantes de asilo rejeitados para este país enquanto aguardam sua deportação.
O Partido Trabalhista prometeu em seu programa para as eleições gerais, que venceu em julho do ano passado, reduzir consideravelmente a migração líquida, que alcançou o pico de 906.000 pessoas em 2023, após registrar média de 200.000 durante a maior parte da década de 2010.
bur-psr/zm/fp/yr